Trabalhadores mostram força no 1º de Maio em passeata realizada no Recife

As chuvas foram fortes, mas a resistência e vontade de lutar foram maiores e o 1º de Maio em Recife, que tinha tudo para ser um fiasco, foi um sucesso. A concentração começou às 9h no acampamento pela democracia e contra o golpe, na praça do Derby, mas a passeata mesmo só começou às 11h30. Ao ritmo de palavras de ordem como “Não vai ter golpe”, os manifestantes seguiram pela avenida Conde da Boa Vista (foto). 

Ao longo do trajeto até o Marco Zero, lideres de sindicatos e movimentos sociais e estudantis mandaram o recado em cima do trio elétrico. A coordenadora geral do Sindsep-PE, Graça Oliveira, fez o uso da palavra e reforçou a necessidade de os trabalhadores estarem unidos e mobilizados neste momento político atual. “Estamos vivendo quase um estado de exceção no Brasil. Não se respeita mais a democracia. As forças conservadoras querem a todo custo tomar o poder. O mais prejudicados seremos nós, trabalhadores”, dispara a sindicalista.

A passeata seguiu embalada por gritos de guerra como “Bater panela, pode bater, mas quem tirou o povo da miséria foi o PT”. Na Conde da Boa Vista algumas paradas estratégicas, como em frente a loja do Habib’s, que legou o nome de “golpista” porque está apoiando o impeachment. No dia da votação da Câmara chegou a fazer uma propaganda na TV aberta em alusão a uma possível queda da presidente Dilma Rousseff. 

Na Ponte Princesa Isabel, que antecede o Palácio do Campo das Princesas - sede do governo do Estado-, os manifestantes cantaram o hino nacional e, em seguida, chamaram o governador Paulo Câmara de golpista e traidor. Vale ressaltar que o ato do 1º de Maio não foi partidário, foi mobilizado pela Frente Brasil Popular, que reúne fóruns, entidades, partidos políticos e intelectuais do campo progressista. 

Tanto em Recife como em todo o Brasil, a CUT anunciou nesse 1º de Maio que a mobilização contra o golpe vai continuar. A central sindical está organizando um Dia Nacional de Paralisação em todo o país em 10 de maio. “Vamos fazer greve onde for possível e paralisar estradas” disse o presidente da CUT-PE, Carlos Veras.