Trabalhadores da Ebserh aprovam pauta de demandas para novo ACT

Os empregados e empregadas da Ebserh de Pernambuco, lotados no Hospital das Clínicas (HC), aprovaram o texto base da pauta de reivindicações da categoria. O texto, que será protocolado no próximo mês de dezembro junto a empresa, fará parte das negociações do ACT 2023/2024. A aprovação ocorreu durante Assembleia realizada nessa quarta-feira (16), no Anfiteatro 1 do HC. Os trabalhadores e trabalhadoras de Pernambuco aprovaram a pauta com algumas propostas de pequenas modificações e melhorias, seguindo orientações da assessoria jurídica do Sindsep-PE.

Também foram eleitos os delegados para participar da Plenária Nacional do setor, que acontece de 01 a 03 de dezembro, em Brasília, e irá ratificar e aprovar a pauta. Irão representar Pernambuco a diretora do Sindsep e funcionária da Ebserh, Gislaine Fernandes, e o trabalhador da empresa, Gilson Barbosa. 

Para a recuperação das perdas salariais nos períodos anteriores, a pauta destaca a necessidade de uma reposição inflacionária de março de 2022, data base da categoria, a fevereiro de 2023. Para a reposição, deverá ser utilizado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Os(as) trabalhadores(as) também reivindicam o acréscimo anual de 6% de ganho real. O pagamento deverá ser retroativo à data base. Além disso, segundo a proposta, a partir de 1º de março de 2022, o benefício do auxílio-alimentação passaria a ser no valor de R$ 1.200,00. 

Os trabalhadores reivindicam ainda, entre outros direitos, a criação de um grupo de trabalho paritário para definir os critérios de progressão vertical da categoria. “Passamos quatro anos do governo Bolsonaro sem nenhum tipo de negociação e nenhuma reposição inflacionária. Apesar de termos arriscando nossas vidas para salvar as pessoas da pandemia da Covid-19, em seus piores momentos, não fomos valorizados. Agora,    com o novo governo eleito, esperamos que seja instalada uma mesa de negociação e que tenhamos espaço para debater sobre nossos direitos. No entanto, preciso ressaltar aqui a necessidade de permanecermos unidos para a garantia de novas conquistas”, comentou Gislaine Fernandes. 

Desde o início do governo Bolsonaro, a Ebserh se furtou de iniciar uma negociação. Neste ano, a Empresa decidiu judicializar o processo e tentou colocar as entidades representativas dos trabalhadores contra a própria categoria, espalhando inverdades. A postura intransigente dos representantes da Ebserh resultou em uma greve de 10 dias que envolveu o pessoal de 37 hospitais espalhados por todo o país. A greve ocorreu no último mês de setembro e foi considerada como a maior greve dos empregados e empregadas da Ebserh. No Recife, foi realizada uma mobilização (foto), durante os dez dias que durou o movimento paredista, no Hospital das Clínicas. 

O TST acabou julgando as cláusulas econômicas do dissídio do ACT e a categoria irá receber o percentual de 11%, mais valores retroativos considerados a partir de março deste ano, na folha de pagamento de dezembro, a ser paga no início de janeiro.