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SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS NO ESTADO DE PERNAMBUCO
(81) 3131.6350 - sindsep@sindsep-pe.com.br
Publicado: 21/11/2024
Não há mais dúvida alguma sobre a tentativa de golpe no Brasil, inclusive, com a forte suspeita do envolvimento do ex-presidente, Jair Bolsonaro, e do núcleo de militares que o assessoravam, incluindo o ex-ministro Walter Braga Netto. Planejar matar o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, para dar um golpe contra a democracia brasileira, é um absurdo imperdoável. Todos os envolvidos devem ser presos!
Com a deflagração da Operação Contragolpe, por parte da Polícia Federal (PF), quatro militares e um policial federal já estão na cadeia com provas fartas de todo um planejamento dos crimes. Existem documentos escritos e impressos com detalhes da operação e troca de mensagens entre o general de brigada Mario Fernandes (na reserva), o tenente-coronel Helio Ferreira Lima, o major Rodrigo Bezerra Azevedo, o major Rafael Martins de Oliveira e o policial federal Wladimir Matos Soares. Todos presos. Existem provas contra o general Walter Braga Netto e Bolsonaro também. E, em breve, eles também podem pagar pelos crimes cometidos, juntos com os demais envolvidos que ainda estão em liberdade.
O Brasil concedeu anistia aos militares que cometeram diversos crimes durante a ditadura de 1964 e isso só fez aumentar o clima antidemocrático dentro das Forças Armadas Brasileiras. Só há golpismo agora porque os crimes da ditadura de 1964 ficaram impunes. Dessa vez não pode haver perdão. O que está acontecendo hoje é a comprovação de que a anistia foi um grande erro.
Depois que as notícias da investigação da Polícia Federal e das prisões vieram à tona, aliados de Bolsonaro, incluindo seus filhos, apressaram-se em defender os envolvidos com a desculpa absurda de que pensar em matar não é crime. Não é matar! Mas não houve apenas um pensamento. Houve um planejamento bem executado, com reuniões, elaboração de plano e campana em torno daqueles que seriam as vítimas do crime. Tudo provado em documentos.
Ora! Sob a ótica dos bolsonaristas, os envolvidos só poderiam pagar criminalmente caso tivessem obtido sucesso no seu plano. Ou seja, se o presidente e seu vice, além do ministro do Supremo, tivessem sido assassinados e se o Brasil estivesse vivendo sob uma nova ditadura. Na verdade, caso isso tivesse ocorrido, nada seria investigado e esses criminosos não seriam punidos.
Há fortes suspeitas de que Jair Bolsonaro e os militares queriam ficar no poder a qualquer custo. O primeiro por medo de seus crimes, cometidos durante os quatro anos que ficou à frente da Presidência, como o roubo de joias, serem investigados. O que acabou acontecendo. Os militares porque teriam gostado de se locupletar no poder.
O pior é constatar que, devido ao clima golpista que permeia as Forças Armadas brasileiras, a democracia nacional ainda está sob ameaça. Por isso, todos os envolvidos devem ser presos. Não deve existir anistia para os criminosos. Quem insistia que o 8 de janeiro havia sido um piquenique de senhorinhas e senhorzinhos, que era absurdo falar em tentativa de golpe, não tem mais argumentos. Quem conspirou, planejou, tentou executar e falhou, deve ser punido!
Um golpe em construção
Tivemos várias declarações de Bolsonaro, quando ainda era presidente, e de seus aliados, incitando seus apoiadores contra as eleições, a democracia, o Supremo, o ministro Alexandre de Moraes, o Congresso Nacional e a favor da tomada de poder a qualquer custo. O porte e posse de armas, com a abertura de clubes de tiros, foram incentivados em todo o país. E os bolsonaristas se armaram. O ministro Alexandre de Moraes chegou a ser grampeado. Segundo o hacker, Walter Delgatti Neto, a mandante do grampo teria sido a deputada Carla Zambelli, a pedido de Bolsonaro.
No dia das eleições, houve bloqueios, por parte da Polícia Rodoviária Federal (PRF), de eleitores em várias estradas do Nordeste. Após a divulgação do resultado das eleições, houve bloqueios de caminhões patrocinados por empresários bolsonaristas em diversas rodovias brasileiras, além de acampamentos na frente de quartéis. E há provas de que os militares presos na Operação Contragolpe estavam coordenando os bloqueios e acampamentos.
No dia da diplomação de Lula, em 12 de dezembro de 2022, houve uma noite de vandalismo em Brasília com diversos carros incendiados. Em 24 de dezembro um terrorista bolsonarista tentou armar uma bomba num caminhão tanque que deveria explodir no Aeroporto de Brasília. No dia 8 de janeiro, o país assistiu estarrecido ao ataque golpista aos prédios da Praça dos Três Poderes. Ataque também orientado por lideranças bolsonaristas. No último dia 13 de novembro, Francisco Wanderley Luiz, outro terrorista bolsonarista conhecido como Tio França, morreu após explodir bombas em frente ao STF.
O Sindsep-PE sempre defendeu a democracia e a soberania nacional, os direitos individuais e coletivos, as regras de convivência social estabelecidas nas leis do país e o estado democrático de direito. Isso porque essas pautas estão diretamente ligadas a defesa do serviço público e dos direitos dos servidores. Agora não poderia ser diferente. O Sindicato vem, por meio desta nota, exigir a punição de todos os envolvidos nesses crimes contra o Brasil, contra a sua democracia e contra a população brasileira.