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Servidores lutam para Dnocs não ser extinto


Além do corte de recursos financeiros, os governos Michel Temer e Jair Bolsonaro promoveram o esvaziamento do órgão ao deixar de realizar concursos públicos por vários anos

Publicado: 22/09/2023




O Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs) está completamente desestruturado e abandonado. Além do corte de recursos financeiros, os governos Michel Temer e Jair Bolsonaro promoveram o esvaziamento do órgão ao deixar de realizar concursos públicos por vários anos. Agora, a reestruturação do Departamento é a maior luta dos servidores e servidoras e a única forma de garantir que o órgão centenário continue a levar água para as regiões mais secas do Nordeste.

Aproveitando a passagem da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, pelo Recife, na última sexta-feira (22), a direção do Sindsep-PE entregou um ofício a ela pedindo o seu empenho na luta pela reestruturação do órgão. O ofício também foi entregue aos deputados federais e senadores pernambucanos presentes na solenidade.

“Repassamos as principais demandas do órgão para o Governo Federal e a autorização de um concurso público para 250 vagas é o ponto crucial. Faz-se necessário que haja uma sensibilização da classe política, principalmente do Nordeste, para o apoio a este concurso. É preciso também o engajamento de todos os trabalhadores e trabalhadoras do Dnocs, ativos, aposentados, pensionistas e terceirizados”, comentou a servidora do órgão, Kátia Távora.

Desmonte

A servidora lembrou que o estado de Pernambuco já chegou a ter, na década de 80, mais de mil servidores e servidoras atuando no Dnocs. Hoje, a unidade do Dnocs nas cidades de Salgueiro e Custódia, por exemplo, estão fechadas por falta de pessoal.

Na sede, que fica no bairro da Tamarineira, no Recife, apenas seis servidores de carreira permanecem na ativa. Todos os demais trabalhadores, que atuam no apoio administrativo, são terceirizados. E o prédio onde fica a sede está abandonado, sem manutenção da estrutura física. Um verdadeiro descaso. Além disso, os quatro perímetros irrigados e a estação de piscicultura de Ibimirim estão há mais de dez anos abandonados.

“Muita gente se aposentou. Como (nos governos Temer e Bolsonaro) não houve concurso e os recursos financeiros foram retirados, o esvaziamento do Dnocs se agravou. Sabemos que não será fácil reestruturar tudo o que foi destruído nos últimos anos. Mas consideramos que essa é a última chance do Dnocs não ser extinto”, sublinhou Kátia Távora.

Atribuições

A servidora informou que, hoje, devido à falta de pessoal, o órgão atua basicamente na execução de emendas parlamentares. Para ela, o Dnocs poderia contribuir com projetos de irrigação, de construção de barragens, recursos hídricos e mudança de clima, por exemplo. O órgão também poderia ser um ator importante na implementação de políticas públicas de combate à fome e até mesmo de saneamento básico.

Segundo Kátia, nos governos passados de esquerda houve investimentos para combater a escassez da água e melhorar a moradia no semiárido. Mas depois do golpe/impeachment de 2016, os investimentos foram interrompidos. A esperança dos trabalhadores e trabalhadoras se reacendeu com o retorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao governo. “Mas precisamos pressionar porque, do contrário, nada será feito”, concluiu.

A categoria quer ainda a criação de um Grupo de Trabalho (GT) para avaliação, dimensionamento e definição da necessidade de servidores para que seja realizado um segundo concurso público em um futuro próximo. Demandam ainda a criação de outro GT para elaboração de uma proposta de plano de cargo e carreira.

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