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Recusa de vacinas e ofensas a China provocaram aumento de mortes


O governo Bolsonaro recusou comprar vacinas da Pfizer a um valor 50% mais barato do que foi pago pelos Estados Unidos e Reino Unido. Se não tivessem sido consideradas “caras”, até 70 milhões de doses começariam a chegar ao Brasil em dezembro

Publicado: 09/06/2021
Escrito por: Ascom Sindsep-PE


Próximo a atingir a marca de 500 mil mortes provocadas pela pandemia do novo coronavírus, o Brasil descobre que o governo Bolsonaro recusou comprar vacinas da Pfizer a um valor 50% mais barato do que foi pago pelos Estados Unidos (EUA) e Reino Unido. Se não tivessem sido consideradas “caras” em agosto de 2020 pelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, até 70 milhões de doses da Pfizer teriam chegado ao Brasil a partir de dezembro pelo valor de US$ 10 a unidade. EUA e Reino Unido pagaram cerca de US$ 20 pelas mesmas doses. Na União Europeia, as doses do laboratório norte-americano custaram US$ 18,60. 

As informações sobre o preço e as datas de entrega da vacina foram reveladas pela própria Pfizer, que apresentou provas de que o Brasil recusou a compra durante vários meses ao tornar públicos os diversos e-mails e documentos enviados ao governo brasileiro em 2020. A falta de vontade do governo Bolsonaro em vacinar a população provocou o atraso nos contratos e as primeiras doses da Pfizer só chegaram no último mês de abril. Um total de oito meses depois da primeira oferta, o que provocou um grande aumento do contágio e de mortes no país. 

As vacinas foram oferecidas a um preço mais barato ao Brasil por dois motivos: primeiro, a Pfizer pratica preços diferentes para garantir que países com menos condições de pagar pela vacina tenham acesso a ela. Em segundo lugar, a empresa queria sair na frente na corrida das vacinas e escolheu o Brasil como um local onde poderia ter a aplicação imediata, o que acabou acontecendo com Israel que pagou, em média, US$ 23,50 pela vacina da Pfizer e da Moderna e já vacinou 60% da população. Hoje, o Brasil possui apenas 11% de vacinados com a segunda dose.

“Por mais alto que fosse o preço dessas vacinas, em um momento de pandemia que estamos vivendo, o governo deveria ter feito todo o esforço do mundo para comprá-las e aplicá-las na população. Imagina pela metade do preço! Muitas mortes poderiam ter sido evitadas. Mas a Pfizer não contava com a má vontade de Bolsonaro e de seus ministros para salvar a população brasileira deste desastre”, comentou o secretário-geral do Sindsep-PE e servidor aposentado do Ministério da Saúde, Felipe Pereira.    

Além da perda de vidas, o Brasil sofre com a economia parada por causa da pandemia e da possibilidade de uma terceira onda devido à falta de vacinação. Enquanto isso, vários países já estão em processo de recuperação econômica. Segundo cálculos realizados pelo Reino Unido, a economia do país, por ter acelerado a vacinação, está sendo de cerca de R$ 2,1 trilhões ao ano.  

O caso da China

A subordinação e puxa-saquismo de Bolsonaro aos Estados Unidos fizeram com que ele e seus aliados promovessem diversos ataques à China, o que provocou o atraso do envio de insumos para a produção da Coronavac em São Paulo e, também, ao aumento de contágio e mortes no Brasil. Um documento do Itamaraty, enviado à CPI da Covid, comprova que as agressões de Bolsonaro e seus aliados colocaram em risco a oferta das vacinas. Quinze dias após o presidente fazer novos ataques à China, em maio deste ano, a farmacêutica SinoVac cobrou, através deste documento, uma mudança de posicionamento para garantir o envio de insumos. 

O ofício reproduz uma carta enviada pela Embaixada do Brasil em Pequim ao Ministério das Relações Exteriores, sobre uma reunião entre diplomatas e representantes brasileiros com o presidente da SinoVac, ocorrida em 19 de maio na capital chinesa. No encontro, o executivo da Sinovac ressaltou a importância do apoio político para a realização das exportações. 

Efeitos da vacinação

O avanço da vacinação entre os idosos brasileiros levou o país a registrar, pela primeira vez, mais mortes entre crianças, jovens e adultos do que entre pessoas a partir de 60 anos. Os dados são dos cartórios de registro civil do país, responsáveis pelas certidões de óbito. Na semana epidemiológica de número 22, entre os dias 30 de maio e 5 de junho, 53,6% dos óbitos de Covid-19 no Brasil foram de vítimas até 59 anos de idade. 

“Fica claro que se o governo tivesse dado prioridade à vacinação, muitas dessas pessoas mais jovens teriam sido vacinadas e teriam escapado da morte. Não é à toa que Bolsonaro é chamado de genocida, de assassino em massa. Ele é responsável direto pelas mortes de muitas brasileiras e brasileiros. Por mais que seus aliados não revelem o que aconteceu, na CPI da Covid-19, os documentos, e-mails e pronunciamentos do presidente e de seus ministros deixam muito claro o que houve”, comentou o coordenador-geral do Sindsep, José Carlos de Oliveira.
 

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