SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS NO ESTADO DE PERNAMBUCO

(81) 3131.6350 - sindsep@sindsep-pe.com.br

Home | Notícias

Protecionismo e cerco a importados: como propostas de Trump podem atrapalhar o Brasil


A volta de Donald Trump à Casa Branca em 2025 é vista por analistas como prejudicial para o Brasil, podendo contrariar interesses brasileiros em relação a uma economia norte-americana mais aberta e com menos medidas protecionistas

Publicado: 06/11/2024
Escrito por: Diário do Centro do Mundo - DCM

PORTAL DCM

Donald Trump com a camisa da seleção brasileira de futebol, presenteada por Jair Bolsonaro em 2020. Foto: Reprodução

A volta de Donald Trump à Casa Branca em 2025 é vista por analistas como prejudicial para o Brasil, podendo contrariar interesses brasileiros em relação a uma economia norte-americana mais aberta e com menos medidas protecionistas. Com informações da Folha de S.Paulo.

Após vencer Kamala Harris nas eleições, Trump promete adotar políticas que incluiriam aumento nas tarifas sobre importações, corte de impostos, deportações em massa e redução da independência do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos.

No setor de comércio exterior, Trump planeja elevar tarifas entre 10% e 20% sobre quase todas as importações, incluindo produtos de países aliados, e em pelo menos 60% para as importações da China.

Esses aumentos tarifários podem ter impacto direto para o Brasil, especialmente em áreas como agricultura, biocombustíveis e produtos de ferro e aço. Em 2023, o saldo da balança comercial do Brasil com os EUA foi negativo, com exportações somando US$ 36,9 bilhões (R$ 213,4 bilhões) e importações alcançando US$ 38 bilhões (R$ 219,8 bilhões).

O Brasil depende de vendas de produtos primários, como ferro e aço, que representam 13% do total exportado para os Estados Unidos. Também têm relevância itens de engenharia civil e condutores (4,8%) e grânulos e ferro-ligas (4,6%).

Contudo, as restrições de Trump aos produtos chineses podem ter efeitos indiretos no Brasil, já que uma queda no comércio dos EUA com a China pode afetar a capacidade de compra de produtos brasileiros por parte dos asiáticos.

“Afeta negativamente a maioria dos países, inclusive o Brasil, que é um grande exportador de commodities aos chineses. Não sabemos se a economia mundial está preparada para isso”, comentou José Augusto de Castro, presidente-executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).

Bandeira Brasil Estados Unidos Imagens – Download Grátis no Freepik
Bandeiras dos Estados Unidos e Brasil: propostas de Trump pode prejudicar comércio exterior brasileiro. Foto: reprodução

A dificuldade para o Brasil em vender para os Estados Unidos também pode fomentar um fenômeno observado durante o primeiro mandato de Trump: produtos asiáticos, especialmente chineses, invadindo outros mercados de forma predatória.

Segundo Marcos Lélis, especialista em economia internacional da Unisinos, esse problema já afeta o Brasil desde 2022, com dificuldades para retomar as exportações para a América do Sul e Central, mercados ocupados pela China.

Além disso, os analistas não descartam que Trump eleve gradualmente as tarifas sobre produtos, permitindo um tempo de adaptação. Lélis aponta que, como o custo de produção interno nos Estados Unidos é mais alto que o valor das importações, as medidas protecionistas de Trump podem resultar em pressão inflacionária, dificultando a redução das taxas de juros nos EUA e elevando o valor do dólar. “Se os juros lá não caem, o Brasil pode enfrentar dificuldades para reduzir suas próprias taxas,” explicou Lélis.

Além disso, a reeleição de Trump também suscita dúvidas sobre sua relação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em 1º de novembro, o brasileiro declarou considerar Harris “mais segura” para a democracia.

Em 2022, o Brasil foi o oitavo destino de investimentos diretos dos Estados Unidos, com um estoque de US$ 246 bilhões (R$ 1,4 trilhão), segundo a Apex-Brasil. Já os investimentos brasileiros nos EUA chegaram a US$ 13 bilhões (R$ 75,2 bilhões) no mesmo ano, com a maior parte direcionada ao setor de manufaturas (67,8%), seguido pelos setores químicos (16%), outras indústrias (15,9%) e finanças e seguros (10,6%).



« Voltar


Receba Nosso Informativo

X