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Plano de demissão no BB é arapuca para privatização


Presidente da Contraf aponta que declaração de Temer é para desvalorizar Banco do Brasil

Publicado: 18/10/2016

Da CUT

A discussão sobre o futuro dos bancos públicos voltou à tona após o presidente sem voto Michel Temer (PMDB) afirmar em entrevista que no Banco do Brasil há “uma porção de funções, de cargos que lá existem e que são absolutamente desnecessários.”

De acordo com o presidente da Contraf (Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Roberto Von der Osten, o assunto foi tratado nas mesas de negociação durante a greve que durou 31 dias e terminou no último dia 6 e possíveis demissões foram desmentidas pela direção do banco.

A entrevista de Temer, porém, voltou a botar gasolina na fogueira. “O Banco do Brasil disse que não tinha projeto acabado de reestruturação, mas quando o presidente diz que há um monte de empregado sem função e o jornal O Globo fala em 18 mil demissões, concluímos que onde há fumaça, há fogo.”

Atualmente, o BB atua com 109 mil trabalhadores, cinco mil estagiários e 5.428 agências. No primeiro semestre de 2016, obteve lucro líquido de R$ 4,8 bilhões.

Desvalorizar para jogar no lixo

Para Von der Osten, as notícias têm o objetivo de sentir a reação da sociedade para uma possível privatização. “Estamos falando do banco mais importante na concessão de crédito no país, de algo que tem importância estratégia para a retomada e o fomento do desenvolvimento. O discurso do governo golpista, de falar que servidor não vale nada, que o maior banco do país paga demais para os servidores é para desvalorizar. Estamos diante de um projeto de privatização”, definiu.

Segundo ele, a recente extinção da diretoria de crédito imobiliário demonstra que o enxugamento será aprofundado com o discurso de que dois grupos públicos não podem concorrer entre si.

Com isso, quem perde é justamente a população que mais precisa de crédito, já que Caixa e Banco do Brasil são estruturas utilizadas para atendimento de políticas públicas. “Tanto que foram usados pelos governos Lula e Dilma para desenvolver políticas anticíclicas e conter a crise. Quando começam a desestruturar e mentir sobre eficiência, eficácia e rentabilidades, estão prestando um desserviço, porque banco vive de confiança”, explica Von der Osten.

Ele acredita ainda que a campanha inclui uma estratégia de sangria de ambos os grupos. “Dizem que o BB não precisa ter crédito imobiliário porque a Caixa já tem, diz que a Caixa não pode ter crédito rural, porque o BB já tem, que um banco não pode ter determinada carteira porque o outro já tem. E assim vão desarticulando, daqui a pouco o Banco do Brasil será igual a qualquer grupo privado e não fará mais sentido ter um instrumento público como esse.”

Demissão não

Ainda sobre um possível plano de demissão voluntária, o presidente da Contraf recomenda que os trabalhadores não abracem a ideia. “A Contraf não se mete em PDV (Plano de Demissão Voluntária), isso é coisa de patrão com empregado, mas o que dizemos é para não entrar nessa, porque é desistência da sua carreira. Não se trata de uma aposentadoria, mas de abrir mão de tudo que tem pela frente. Não recomendamos, mas é opção individual do trabalhador. O sindicato não negocia isso”, afirmou.

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