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PF diz que Abin atrapalhou investigação sobre tráfico de influência de Jair Renan, filho "04" de Bolsonaro


Integrante da Abin foi flagrado em meio às investigações e admitiu que sua missão era prevenir "riscos à imagem" de Bolsonaro decorrentes da apuração conta o filho

Publicado: 30/08/2022
Escrito por: Brasil 247

Em um relatório enviado no final de 2021 à 10ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal, a Polícia Federal afirma que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) interferiu na investigação que apura a suspeita de tráfico de influência por parte de Jair Renan Bolsonaro, filho “04” de Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com o jornal O Globo, a informação veio à tona após um integrante da Abin, flagrado durante uma operação, admitir em depoimento que tinha a missão de levantar informações sobre o caso para prevenir "riscos à imagem" do atual ocupante do Palácio do Planalto. O órgão de inteligência é subordinado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), comandado pelo general bolsonarista Augusto Heleno. 

Ainda conforme a reportagem, a operação da Abin ocorreu em 16 de março do ano passado, apenas quatro dias após Jair Renan e o preparador físico Allan Lucena se tornarem alvos da investigação pela suspeita de tráfico de influência.

“Àquela época, Lucena percebeu que estava sendo seguido por um veículo que entrou na garagem de seu prédio. Incomodado, o personal trainer acionou a Polícia Militar. O suspeito, quando abordado, identificou-se como Luiz Felipe Barros Felix, agente da PF cedido para o órgão de inteligência. O episódio de espionagem foi registrado em um boletim de ocorrência. Ao ser chamado pela Polícia Federal para prestar esclarecimentos, Felix contou que trabalhava na Abin vinculado diretamente a Alexandre Ramagem, então comandante da agência e homem de confiança do presidente”, destaca a reportagem.

Segundo relatado em depoimento pelo agente da Abin, a missão havia sido repassada para ele por “um auxiliar do chefe do órgão de inteligência” para levantar informações sobre um carro elétrico, avaliado em R$ 90 mil, que teria sido doado a Jair Renan e ao seu personal trainer por um empresário do Espírito Santo que tinha interesses junto ao governo federal. "O objetivo era saber quem estava utilizando o veículo", disse Felix à PF. "O objeto de conhecimento era para saber se os informes que pudessem trazer risco à imagem ou à integridade física do presidente eram verdadeiros ou não", completou.

Segundo a PF, a “referida diligência, por lógica, atrapalhou as investigações em andamento posto que mudou o estado de ânimo do investigado, bem como estranhamente, após a ampla divulgação na mídia, foi noticiado, também, que o sr. Allan Lucena teria 'devolvido' veículo supostamente entregue para o sr. Renan Bolsonaro". Ainda segundo a PF, "não há justificativa plausível" para a diligência da Abin.

Em nota, a Abin afirmou que “não há registro da referida ação nos sistemas da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). O agente de Polícia Federal Luiz Felipe Barros Felix não faz parte dos quadros da Abin desde 29 de março de 2021". O desligamento de Felix, contudo, ocorreu 13 dias após ele ter sido flagrado pelos agentes da Polícia Federal. 

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