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Petrobras indica executivo da Shell para Conselho de Administração, denuncia FUP


A Assembleia Geral dos Acionistas da Petrobras elege hoje (27) o Conselho de Administração, e entre os indicados pelo governo está José Alberto de Paula Torres, que trabalhou por 27 anos como executivo da Shell, além de ter sido representante da Maersk Drilling e do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), entidade que representa interesses do mercado e de concorrentes da Petrobras

Publicado: 27/04/2018
Escrito por: Rede Brasil Atual

São Paulo – A Federação Única dos Petroleiros (FUP) liderou nesta quinta-feira (26) um ato público no Rio de Janeiro, junto com as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, movimentos sociais e centrais sindicais para denunciar como "crimes de lesa-pátria" o avanço da privatização da Petrobras, a entrega de ativos estratégicos da estatal e inúmeras iniciativas contra a soberania nacional. Os próximos alvos são as refinarias, terminais e oleodutos.

A Assembleia Geral dos Acionistas da Petrobras elege hoje (27) o Conselho de Administração, e entre os indicados pelo governo está José Alberto de Paula Torres, que trabalhou por 27 anos como executivo da Shell, além de ter sido representante da Maersk Drilling e do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), entidade que representa interesses do mercado e de concorrentes da Petrobras.

"Como a Petrobras indica para seu conselho representantes de uma empresa concorrente?", questionou o coordenador da FUP, José Maria Rangel, em discurso na manifestação do Rio (assista a íntegra abaixo). Ele foi didático: "Na prática, é como se colocassem o Eurico Miranda, que já foi presidente do Vasco, para ser presidente do Flamengo".

Segundo o dirigente, "a Petrobras caminha para ser uma empresa apequenada". "Todo mundo está de olho no pré-sal e só o presidente da Petrobras (Pedro Parente) e Michel Temer que não querem."

Zé Maria acusou a mídia de colaborar com a política de esvaziamento, venda de ativos e desconstrução da companhia para favorecer interesses do capital privado no setor de petróleo e gás. "Disseram que a gente era uma empresa quebrada. No ano passado, a Petrobras destinou ao mercado financeiro 137 bilhões de reais. Que empresa quebrada é essa?" Segundo a FUP, a companhia pagou esse valor em juros e amortizações de dívidas, indicando o avanço da "financeirização" da empresa.

A mídia tentou passar à sociedade a ideia de que o pré-sal não tinha importância, afirmou. "Esse presidente golpista que está aí (Parente) disse que estávamos endeusando o pré-sal e muita gente achou que era verdade. Sem o pré-sal, que foi descoberto no governo do PT, de Lula, esta empresa não seria nada."

Lula
No discurso, o petroleiro afirmou que a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não se deu por acaso. "A direita não pensava que chegaríamos a esse instante com Lula como líder em todas as pesquisas. O nosso grande líder hoje está preso e não por conta de um triplex, que o MTST naquele ato de vanguarda demonstrou que não teve reforma alguma, que foi tudo uma farsa. O MTST deixou nu o rei."

Ele defendeu que os petroleiros, os trabalhadores, os estudantes, as frentes, movimentos sociais e partidos políticos continuem "denunciando, acumulando forças, brigando no bom sentido, e não como eles querem, a política do ódio".

Para o coordenador da FUP, o ano de 2018 é decisivo. "Pra gente saber o que vai querer da vida. Temos que fazer o enfrentamento nas nossas casas, nas ruas, nas praças, no parlamento, nas universidades, denunciar o golpe em curso."

Sem citar nomes ou legendas, Zé Maria Rangel não poupou "aqueles que se dizem defensores da classe trabalhadora e pregam Lula na prisão fazendo coro com a direita". Afirmou ainda que é preciso denunciar esses grupos. "Eles podem ser tudo, menos defensores da classe trabalhadora."

Liquigás
Após fracassar em sua primeira tentativa de vender a Liquigás, a Petrobras tenta uma nova estratégia. No final de fevereiro, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) vetou o negócio fechado com a Ultragaz, avaliado em R$ 2,8 bilhões, anunciado em novembro de 2016.

Segundo o Cade, a transação deve ser entendida como a "fusão entre as duas principais distribuidoras de um insumo presente em 94% dos lares brasileiros – o gás de cozinha". Por isso, "a operação significaria a eliminação de um concorrente relevante em um mercado onde as quatro maiores empresas respondem por mais de 85% de toda a oferta".

Para driblar o entendimento do Cade, agora a Petrobras vai procurar grupos estrangeiros. A estratégia jurídica é evitar a caracterização de um possível negócio como concentração de mercado.

Outro objetivo da Petrobras é a venda da BR Distribuidora, considerada uma das "joias da coroa". 

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