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Paulo Moreira lança 'A Outra História da Lava-Jato


Segundo o livro, Sergio Moro se porta como militante de uma causa, submetendo as regras processuais penais e os direitos fundamentais à conquista dessa causa

Publicado: 21/01/2016
Escrito por: Ascom Sindsep-PE

O jornalista Paulo Moreira Leite acaba de lançar 'A outra história da Lava-Jato: uma investigação necessária que se transformou numa operação contra a democracia' (R$ 39,90 impresso e R$ 19,90 e-book) ', pela Geração Editorial. A Outra História da Lava-Jato é um livro que explicita tanto as fragilidades jurídicas quanto a estratégia de obter apoio popular via campanha midiática.

Em 416 páginas, o olhar atento para as conexões nem sempre evidentes entre Justiça e Política, e o mesmo espírito crítico que marca mais de 40 anos de jornalismo, Paulo Moreira Leite define a investigação sobre corrupção na Petrobrás como uma apuração necessária sobre uma empresa que é orgulho dos brasileiros. No entanto, ele aponta para seu caráter seletivo, que permite que a operação seja usada para fins políticos.

A obra, o 13º volume da coleção História Agora, conta com uma esclarecedora introdução de 60 páginas e ainda 45 artigos escritos no calor dos acontecimentos. A Outra História da Lava-Jato tem prefácio do professor Wanderley Guilherme dos Santos, um dos mais respeitados cientistas políticos do país. Na contracapa, o livro apresenta uma curta recomendação do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal: “É ler para crer.”

O professor Wanderley Guilherme afirma no prefácio que é inédita a frequência com que magistrados de todas as instâncias e amparo institucional deitam falação a repórteres de jornais, revistas e canais de televisão. O autor Paulo Moreira Leite, tanto na abertura como nos artigos, faz uma análise crítica das posições dos magistrados, procuradores e policiais envolvidos nas investigações.

Para o jurista Luiz Moreira, com as prisões houve também o já conhecido processo midiático de sua legitimação, reforçado tanto por entrevistas coletivas concedidas pelas autoridades envolvidas no caso, quanto por uma estratégia de dividir a instrução processual em diversas fases, todas “batizadas”com nomes excêntricos, cujo propósito é o de fixar no imaginário popular a permanência dessa “operação”, montada para “limpar” a República.

Parte do STF tem criticado duramente esse estilo de investigação, como os Ministros Teori Zavascki, que classificou como “mediavalesco” e “cobriria de vergonha qualquer sociedade civilizada”; e Marco Aurélio, “a criatividade humana é incrível! Com 25 anos de Supremo, eu nunca tinha visto nada parecido. E as normas continuam as mesmas”.

O que se depreende da leitura do livro de Paulo Moreira Leite é que Sergio Moro age como se lhe coubesse a implementação de política criminal. Ele se porta como militante de uma causa, submetendo as regras processuais penais e os direitos fundamentais à  à conquista dessa causa. Para obtenção dos fins que justificam sua causa, Sergio Moro se utiliza do cargo que ocupa e de apoio midiático.

Segundo o autor, no fim de 2014, Sergio Moro recebeu a blindagem ritual dos principais veículos de comunicação: foi escolhido Homem do Ano em 2014, pela revista IstoÉ; um dos 100 mais influentes do país, segundo a Época e A Personalidade do Ano, segundo o jornal O Globo.

Para o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, “o instigante título ‘A Outra História da Lava-Jato’, de Paulo Moreira Leite, vem proporcionar visão conjunta da vida nacional. Toda e qualquer leitura contribui para o infindável aperfeiçoamento. É ler para crer.”

Como frisa Luiz Moreira: “… nas democracias constitucionais a liberdade é a regra. Nessas, cidadãos só são presos quando constatadas suas culpas em processos em que a ampla defesa e o devido processo legal são observados”. Para ele, este livro retrata este estado de exceção, obtido “a partir da relativização das garantias fundamentais”.

O advogado Marcelo Lavanère, responsável pela ação que levou ao impeachment de Fernando Collor de Mello, escreve: “Convém lembrar que o modelo que se afirma ser inspirador da Lava-Jato, a operação Mãos Limpas, na Itália, teve o mérito de devassar a corrupção política do país, mas a política de terra arrasada que ela implantou só beneficiou Silvio Berlusconi, que era proprietário de monopólio de emissoras de TV e que encontrou, no episódio, o caminho para se transformar no mais longevo e nocivo primeiro-ministro da Itália depois da Segunda Guerra”.

É isso e muito mais que o leitor encontrará nas páginas de A Outra História da Lava-Jato. Como afirmou o ministro Marco Aurélio Mello, é ler para crer. Boa leitura!

O Autor

Diretor do site Brasil 247 em Brasília, Paulo Moreira Leite foi correspondente em Paris e Washington. Jornalista desde os 17 anos, foi redator-chefe da Veja e diretor de redação de Época e IstoÉ. Mantém o blog Brasil 247/Paulo Moreira Leite. Também publicou A Outra História do Mensalão (Geração Editorial) e A Mulher que era o General da Casa, sobre a resistência civil à ditadura militar (Arquipélago).

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