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O veneno está na mesa: parlamentares querem liberar agrotóxicos cancerígenos


"Caso o Pacote do Veneno seja aprovado, será facilitada a entrada de mais agrotóxicos no Brasil, inclusive daqueles que são proibidos em outros países por causarem câncer e malformações de fetos, entre outros problemas graves"

Publicado: 28/06/2018

Da Ascom Sindsep-PE

O   Pacote do Veneno, que está para ser votado na Câmara dos Deputados, amplia o uso de agrotóxico nos alimentos de todos os brasileiros. Caso ele seja aprovado, ninguém escapará. Com exceção daqueles que têm conhecimento suficiente sobre o perigo de se sentar à mesa no Brasil de hoje e adquirem apenas produtos orgânicos. Mas, infelizmente, os orgânicos estão na mesa de uma parcela pequena da população. A grande maioria dos brasileiros ainda consomem frutas, verduras, legumes e grãos envenenados. 

Hoje, o Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos. Segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Agrícola, mais de um milhão de toneladas de venenos foram jogados nas lavouras somente em 2010.  Os ingredientes ativos presentes nos agrotóxicos podem causar esterilidade masculina, desenvolvimento de câncer, formação de cataratas, distúrbios neurológicos, respiratórios, cardíacos, pulmonares, no sistema imunológico e no sistema endócrino, ou seja, na produção de hormônios, dentre outros agravos à saúde.  

“Caso o Pacote do Veneno seja aprovado, será facilitada a entrada de mais agrotóxicos no Brasil, inclusive daqueles que são proibidos em outros países por causarem câncer e malformações de fetos, entre outros problemas graves. Com isso haverá muito mais casos de contaminação ambiental, intoxicação dos trabalhadores na agricultura e nas fábricas desses produtos e comida com muito mais veneno na mesa dos brasileiros”, destacou o veterinário sanitarista e integrante do comitê da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, Pedro Albuquerque.

Na última segunda-feira (25), o Pacote do Veneno foi aprovado por 18 votos a 9, na Comissão Especial criada para analisar os 29 projetos de lei anexados ao Projeto que revoga a atual Lei dos Agrotóxicos. O PL será encaminhado para o plenário da Câmara dos Deputados e, se aprovado, seguirá para o Senado. 

A votação e aprovação ocor-reram em sessão tumultuada, iniciada com mais de duas horas de atraso. O acesso de movimentos sociais e sindical, que lutam contra a aprovação do Pacote, foi proibido pelos deputados favoráveis a aprovação. O argumento da presidenta da comissão, a ruralista Tereza Cristina (DEM-MS), pela decisão antidemocrática e autoritária, foi a garantia de segurança.

Na verdade, as empresas transnacionais que produzem os agrotóxicos estão sendo acusadas de promoverem negociatas juntos aos deputados e senadores, com promessas de investimento em suas campanhas nas próximas eleições.

A luta contra

O secretário nacional do Meio Ambiente da CUT, Daniel Gaio, reagiu indignado a aprovação do projeto na Comissão. “Vamos intensificar a mobilização para disputar corações e mentes e temos a clareza e consciência de que podemos barrar esse projeto que envenena toda população.”

A CUT e sindicatos filiados continuarão defendendo a agricultura familiar e a agroecologia e combatendo o uso de veneno na alimentação dos brasileiros. O Sindsep tem um histórico de defesa da agricultura familiar. A entidade  promove semanalmente - toda quinta-feira-, uma feira de produtos orgânicos em sua sede.

Entidades nacionais de renome internacional, como o Instituto Nacional do Câncer (Inca) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculados ao Ministério da Saúde, também publicaram nota de advertência. São contrários também a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Ibama, o Ministério Público Federal e Ministério Público do Trabalho, as maiores instâncias do controle social na área de saúde, meio ambiente, nutrição e direitos humanos e os cientistas brasileiros, por meio da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), entre mais de 270 entidades, associações e coletivos.

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