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O Brasil e o povo brasileiro saem perdendo com venda da Eletrobras


A entrega da Eletrobras por Jair Bolsonaro não tem como objetivo garantir energia barata para o desenvolvimento brasileiro. Mas o lucro para seus novos acionistas por meio da alta de preços das tarifas, assim como está acontecendo com os combustíveis

Publicado: 10/06/2022

Bolsonaro está correndo contra o tempo e fazendo de tudo para que a elite econômica escravocrata brasileira o apoie nas próximas eleições. Na calada da noite dessa quinta-feira (09 de junho de 2022) ele deu uma de suas maiores cartadas ao iniciar o processo de privatização da Eletrobras, a maior empresa de energia da América Latina, o que afeta frontalmente a soberania nacional. Para isso, o governo está emitindo novas ações da empresa e, assim, irá reduzir a participação da União, que deve cair de 72% a cerca de 45%. A Eletrobras divulgou documento nesta quinta-feira, após fechamento da Bolsa, informando que o preço das ações ofertadas no processo de capitalização que levará à privatização da companhia será de R$ 42. 

A empresa levantou R$ 29,3 bilhões em oferta, sem incluir os lotes extras de ações, que podem levar o negócio a R$ 33,7 bilhões, contando o lote suplementar e a venda da BNDESPar, braço de participações do BNDES. A venda será a maior privatização já realizada por meio da Bolsa no Brasil. 

A única crítica que Paulo Guedes vinha recebendo dos grandes meios de comunicação brasileiros, todos corporativistas, liberais e porta- vozes da elite escravocrata, era a de não ter conseguido fazer uma grande privatização. A inflação descontrolada provocada pelas altas constantes dos combustíveis, graças a manutenção da Política de Preço Internacional (PPI) e da privatização da distribuidora da Petrobras, não é um problema para esses meios de comunicação. Muito pelo contrário, a elite econômica está faturando com a alta dos preços dos combustíveis e das ações da Petrobras. E irão fazer de tudo para que continue desta forma. 

O desemprego e a fome que atinge 33 milhões de brasileiros, provocados pela política liberal do atual governo, também não são problemas para a elite brasileira. Quanto mais gente desempregada e passando fome, mais mão de obra barata para quem detém os meios de produção. 

Com a venda das ações, a Eletrobrás passa a ser controlada por fundos locais e internacionais. Agora, os maiores acionistas privados são o grupo 3G, de Jorge Paulo Lemann e seus sócios na Ambev, e o Banco Clássico, de José Abdalla. Lemann foi um dos grandes apoiadores do golpe que retirou a ex-presidenta Dilma Rousseff do poder, chegando a financiar movimentos de rua pelo impeachment.

Tarifas mais altas

A entrega da Eletrobras por Jair Bolsonaro não tem como objetivo garantir energia barata para o desenvolvimento brasileiro. Mas o lucro para seus novos acionistas por meio da alta de preços das tarifas, assim como está acontecendo com os combustíveis. Se ocorrer como previsto, a privatização deve movimentar R$ 67 bilhões ao longo dos próximos anos — dos quais R$ 25,3 bilhões irão direto para o caixa do governo. Outros R$ 32 bilhões serão destinados à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para atenuar os reajustes tarifários. 

“Ou seja, como empresários que são, os novos donos da Eletrobras irão reajustar as tarifas de energia do povo brasileiro para obter altos lucros. Mas, durante o período que o governo tiver esses R$ 32 bilhões em caixa, esses reajustes serão “atenuados”. Como? O governo repassará os R$ 32 bilhões de volta para os compradores das ações. Veja que negócio incrível! Uma empresa que tem papel fundamental para garantir a nossa soberania nacional está sendo entregue ao comando do capital por apenas R$ 25,3 bilhões”, comentou o secretário-geral do Sindsep-PE, José Felipe Pereira. 

Preço de banana

Fazendo uma regra de três simples, ao considerar que 27% das ações estão sendo colocados à venda por R$ 25,3 bilhões, deduz-se que a empresa está sendo avaliada pelo governo por cerca de quase R$ 93,7 bilhões. 

A Eletrobras tem 36 usinas hidrelétricas, 10 termelétricas a gás natural, óleo e carvão, 2 termonucleares, 20 usinas eólicas e 1 usina solar. Entre essas 36 usinas hidrelétricas está Itaipu, que completou agora 48 anos de fundação. Somente Itaipu, segundo a sua direção, vale R$ 130 bilhões no mercado (valor financeiro, contábil, sem considerar a importância geoestratégica da Companhia). 

“Ou seja, o governo Bolsonaro está avaliando todo o complexo da Eletrobras por um preço menor que o de uma das 36 hidroelétricas. Isso sem levar em conta todas as demais hidrelétricas, termelétricas, eólicas, nucleares e solar”, observou Felipe Pereira. 
 

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