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NEP debate política e religião no Sindsep


Com o tema Religiões e Lutas Sociais em Pernambuco, o NEP recebeu debatedores de três matrizes religiosas

Publicado: 28/06/2017

Da Ascom Sindsep-PE

O Núcleo de Estudos: Política, Economia e Sindicalismo (NEP) promoveu mais uma de suas rodadas de debates na última terça-feira, em encontro no auditório do Sindsep. Com o tema Religiões e Lutas Sociais em Pernambuco, o NEP recebeu debatedores de três matrizes religiosas. Vera Baroni, da Rede de Mulheres de Terreiro; frei Aloísio Fragoso, ativista comunitário e representante franciscano da Igreja Católica; e Sergio Goiana, diretor do Sindsep-PE e da CUT, que é evangélico.

Durante sua fala, Sérgio Goiana lamentou o fato da grande maioria dos evangélicos terem ideologia política de direita e terem se aproximado da política, comprando partidos e votos, para defenderem seus interesses. Ele afirmou que sofre fortes contestações em seu meio religioso por ser de esquerda e sindicalista.

“Me classificam como uma pessoa desviada da religião, mas acredito que cada pessoa pode ter a sua leitura individual da palavra de deus. Não acho que temos que ter a mesma visão. E acredito que um dia os evangélicos serão mais progressistas. A minha luta dentro da religião é por isso”, concluiu. 

Vera Baroni destacou a luta histórica dos terreiros da Candomblé de Pernambuco para poderem praticar a religião de matriz africana. Ela lembrou de toda a perseguição histórica, desde o período escravocrata, passando pela Ditadura Militar, até os dias atuais, quando a religião tem sido perseguida pelos neopentecostais. Ela lembrou ainda do projeto da ação que está prestes a ser julgada pelo STF que definirá se religiões de matriz africana poderão manter o sacrifício de animais em seus rituais.

“Temos técnicas seculares de abate que respeitam os animais e, depois do abate, as carnes são distribuídas como alimento para toda a comunidade. Que mal existe nisso quando a maioria dos brasileiros comem carne? Se aprovarem o fim do abate religioso, vão jogar o Candomblé na clandestinidade. Vai aumentar ainda mais a intolerância religiosa”, disse.

O frei Aloísio Fragoso falou sobre o posicionamento da igreja Católica diante da ditadura militar de 1964 e durante o golpe parlamentar de 2016, destacando a importância do nascimento da Teologia da Libertação na América Latina, que parte da premissa de que o Evangelho exige a opção preferencial pelos pobres. A Teologia nasceu depois da Segunda Conferência Geral do Episcopado Latino-americano, na Colômbia, em 1968, e cresceu combatendo os regimes militares do Continente. “Parte da igreja passa a deixar de estimular o devocionismo individualista para dar um sentido coletivo e social ao Evangelho”, lembrou.

Ele disse ainda que o movimento foi perseguido pelo papa João Paulo II, mas resistiu até os dias atuais. “Não é a toa que, em 2016, a CNBB publicou cinco documentos contra o golpe e convocou toda a população a ir às ruas para evita-lo”, sublinhou.

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