Na próxima quarta (5) tem Dia Nacional de Luta contra o Desmonte do Estado

Os servidores federais correm contra o tempo para barrar a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, que impõe um teto aos gastos públicos e congela os investimentos em saúde e educação por 20 anos. Na próxima quarta-feira, 5 de outubro, a matéria deve ser apreciada pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados para ir ao plenário da casa entre os dias 10 e 11. Nesta data a Condsef vai realizar uma força-tarefa, em Brasília, para pressionar os parlamentares. O Sindsep-PE vai estar presentes na atividade para aglutinar forças.

O funcionalismo federal não está sozinho nessa mobilização. O 5 de outubro será um Dia Nacional de Luta contra o Desmonte do Estado. A CUT estará à frente da atividade, que agrega também outras centrais sindicais. Além da força-tarefa, em Brasília, serão realizados atos públicos nos estados, com paralisações em empresas e repartições. Em Pernambuco, a CUT vai ter mobilização e em breve o Sindsep-PE estará divulgando a programação.

“Nós precisamos fazer a nossa parte porque os golpistas já estão fazendo a deles”, alerta a coordenadora geral do Sindsep-PE, Graça Oliveira. Ela se refere à reunião que o presidente Michel Temer (PMDB) teve, na terça passada, 27, com os presidentes Rodrigo Maia (Câmara) e Renan Calheiros (Senado), e com os líderes da base aliada. O encontro foi para costurar a aprovação da PEC 241, que vai comprometer o serviço público e prejudicar a população, principalmente a mais carente.

“Nos últimos anos acompanhamos uma expansão da rede de ensino técnico e tecnológico com a criação de novos institutos federais em todas as unidades do país. Umas unidades estão em funcionamento, mas outras ainda estão em construção e hoje, com uma PEC como essa que limita gastos com a educação, isso é comprometedor. Compromete a existência dessas unidades. Já vínhamos passando por dificuldades e uma PEC como essa só vai agravar”, dispara o diretor do Sindsep, Paulo Batista de Castro, servidor do IF Sertão PE, em Petrolina.

IMPACTOS

Esta semana o Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Sócio Econômicos (Dieese) lançou uma simulação. Se estivesse em vigor desde 2002, a educação teria perdido 47% do seu investimento. Em números, 377 bilhões de reais. Já a saúde, 26% menos, ou seja, quase R$ 300 bilhões de reais. “O cinismo desse Congresso é tanto, que mesmo os números evidenciando perdas e retrocessos, o relator da PEC 241, o deputado Darcísio Perondi (PMDB), afirma que não haverá cortes na educação e na saúde. É subestimar a inteligência do povo”, critica Graça Oliveira.