Marcha Nacional e ato no Recife marcam mobilização dos servidores

Esta é uma semana de intensa mobilização dos servidores públicos federais brasileiros em torno da campanha salarial 2022. O objetivo é forçar o governo a abrir negociações com o funcionalismo público em torno de uma reposição salarial de 19,99%, referente a perdas acumuladas em três anos de governo Bolsonaro, além da revogação da Emenda Constitucional 95, que congelou os investimentos públicos por 20 anos, e arquivamento da proposta da reforma Administrativa (PEC-32). Para isso, atos e mobilizações estão sendo realizadas em todo o Brasil.

Nesta quarta, em Brasília, ocorrerá uma marcha nacional, com a participação de servidores vindos de todas as regiões brasileiras. Os funcionários públicos irão se concentrar às 9h, no Espaço do Servidor. De lá, sairão em caminhada com paradas no Ministério da Saúde e Previdência e Ministério da Economia. 

No Recife

No Recife, o Sindsep-PE irá reunir vários sindicatos representantes dos servidores federais em um ato na frente do Ministério da Economia, no bairro do Recife. A concentração terá início às 9h. “Precisamos reunir o maior número possível de servidores nesses atos para que o governo se sinta pressionado a negociar. Afinal, desde janeiro que estamos tentando celebrar um acordo sem sucesso. Nesse momento, apenas a união de todos fará diferença”, comentou o coordenador-geral do Sindsep-PE, José Carlos de Oliveira.  

O governo alega não ter recursos para a reposição dos servidores. Mas a Lei Orçamentária 2022 destinou R$ 37,6 bilhões para emendas parlamentares, dos quais R$ 16,5 bilhões estão no "orçamento secreto". Também estão reservados quase R$2 trilhões para o refinanciamento da dívida pública que gera lucros absurdos para uma pequena minoria de banqueiros e especuladores do mercado financeiro. 

Além disso, a política nefasta de corte de investimentos sociais e o aumento consecutivo do preço dos combustíveis e tarifas públicas, em 2021, gerou uma arrecadação 17,35% superior ao ano anterior! Corrigido pela inflação, o valor representa R$ 1,971 trilhão, que tem sido utilizado para o pagamento da dívida pública e em ações voltadas para beneficiar os empresários da base política do presidente em vez de atender à população. 

A unidade e disposição de luta levou o governo a receber os representantes dos servidores no último dia 22. A reunião foi conduzida pelo diretor de Relações de Trabalho no Serviço Público, José Borges, e contou com a participação de representantes da Condsef/Fenadsef, Sinasefe, Asfoc, Fasubra, Fenasps e da CUT. Na ocasião, José Borges se comprometeu a dar uma resposta aos servidores no dia 1º de abril.

Agenda

Na próxima quinta-feira (31), os servidores realizarão atividades no Senado e no Ministério da Economia, em Brasília. Lembrando que os representantes dos funcionários públicos estão realizando uma vigília diária em frente ao bloco P do Ministério da Economia, das 10h às 16h, de segunda a sexta-feira.