SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS NO ESTADO DE PERNAMBUCO

(81) 3131.6350 - [email protected]

Home | Notícias

Mais uma mulher morre no Brasil vítima de feminicídio


Com uma taxa de 4,8 assassinatos a cada 100 mil mulheres, o Brasil ocupa a quinta posição em um ranking de 83 países com maior índice de homicídios femininos

Publicado: 05/03/2018
Escrito por: Da CUT

A professora Cenira Angélica Ventura, de 39 anos, é mais uma vítima do feminicídio no Brasil. Ela foi assassina pelo marido, que começou a agredi-la dentro de casa e terminou em via pública, onde foi encontrada no chão com pelo menos 20 perfurações feitas por golpes de arma branca. O caso ocorreu na cidade de Viçosa, em Alagoas.

“As motivações mais usuais nos casos de feminicídio, como foi o caso da companheira Cenira,  são o ódio, o desprezo ou o sentimento de perda do controle e da propriedade sobre as mulheres, segundo a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Junéia Martins.

"Cenira foi morta de forma brutal pelo marido, considerado por vizinhos e conhecidos como um homem ciumento e agressivo", lamenta Junéia.

A Corrente Sindical CSD - CUT Socialista e Democrática divulgou nota manifestando seu repúdio e pesar pela morte da companheira que tinha atuação ativa dentro do movimento sindical da educação em sua cidade. Veja íntegra da nota no final.

Brasil ocupa 5º lugar no ranking

Com uma taxa de 4,8 assassinatos a cada 100 mil mulheres, o Brasil ocupa a quinta posição em um ranking de 83 países com maior índice de homicídios femininos, segundo dados do Mapa da Violência 2015 (Cebela/Flacso).

O estudo mostra que dos 4.762 assassinatos de mulheres registrados em 2013 no Brasil, 50,3% foram cometidos por familiares, sendo que em 33,2% dos casos o crime foi praticado pelo parceiro ou ex-companheiro.

De março de 2016 a março de 2017, foram registrados oito casos de feminicídio por dia
- Dados do Ministério Público.

Junéia diz que é preocupante o feminicídio cometido pelo próprio parceiro e lembra que, "geralmente, para se chegar a um estágio grave como esse, que resultou na morte de uma mulher, outras violências domésticas e familiares ocorreram antes".

"É justamente isso que precisamos evitar. Toda e qualquer forma de opressão contra as mulheres no lar, no trabalho e na vida", ressalta a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT.

Confira abaixo a nota de pesar da Corrente Sindical CSD - CUT Socialista e Democrática:

NOTA DE REPÚDIO E PESAR PELA MORTE DA COMPANHEIRA CENIRA ANGÉLICA

A Corrente Sindical CSD - CUT Socialista e Democrática manifesta seu repúdio e pesar pela morte da companheira Cenira Angélica, vítima de feminicídio praticado por seu marido, dentro de sua residência, na cidade de Viçosa, Alagoas.

A companheira Angélica, que tinha atuação ativa dentro do movimento sindical da educação em sua cidade, teve sua vida interrompida de maneira brutal, o que indigna todas as pessoas que acreditam numa sociedade emancipada e livre da opressão de gênero.

A violência contra as mulheres no Brasil persiste como questão estruturante da composição de uma sociedade que tem como marca uma profunda desigualdade de gênero.

Os avanços institucionais conquistados no período democrático são ameaçados com a implementação do golpe marcado pelo machismo e pela misoginia.

Permanecemos líderes nos rankings das variadas violência contra a mulher, e lamentamos profundamente que a companheira Angélica tenha sido mais uma vítima desse tipo de crime de ódio, cuja motivação é o machismo, com a interrupção de sua vida de forma tão bárbara e cruel.

Nos solidarizamos aos familiares, amigos, companheiras e companheiros de luta da professora Angélica nesse momento de luto e pesar. Cobramos das autoridades competentes a efetivação da justiça, com a rápida condenação do culpado e repudiamos com vigor a violência contra a mulher em todas as suas formas.

Seguiremos em marcha até que todas sejam livres!

Angélica, presente!

São Paulo, 3 de março de 2018

« Voltar


Receba Nosso Informativo

X