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Lula criticou a ideia fixa do déficit, e o tal do mundo não se acabou


O mercado já pré fixou um déficit de 0,8%, portanto os 0,25% de Lula nem fizeram cócegas. Mas as manchetes se repetiram, tentando espalhar o terrorismo de sempre

Publicado: 30/10/2023

Uma das promessas de Lula na campanha eleitoral, moradia tem sido uma das prioridades do atual governo. Foto: Ricardo Stuckert


Do GGN
Por Luís Nassif

O jogo é o mesmo de sempre. Qualquer declaração do governo que vá contra dogmas fiscais provocam manchetes imediatas anunciando queda da bolsa e alta do dólar. O mesmo ocorreu ontem, quando Lula declarou que 0,25% de déficit não mata ninguém. O mercado já pré fixou um déficit de 0,8%, portanto os 0,25% de Lula nem fizeram cócegas.

Mas as manchetes se repetiram, tentando espalhar o terrorismo de sempre.

Só para efeito de comparação:

Em 2003, houve 207 pregões.
109, ou 53% registraram queda.
98, ou 47% registraram alta.
A queda de ontem foi de -1,286%. Foi a 25o maior queda do ano. Ou seja, houve 24 pregões com quedas maiores do que ontem.
O nível do Ibovespa foi 7,6% inferior ao pico ao ano, em 26.07.2023
No entanto, foi 15,7% acima do piso de 23.03.2023

Se analisar desde 2022, foram 226 pregões em alta e 228 em queda. E o índice de ontem é 17,9% maior do que o piso de 15.07.2022

Se o mercado espera um déficit maior do que o chutado por Lula, qual a razão das manchetes? Falta do que fazer. Há uma declaração de Lula que foge do script e a mídia sai atrás de explicações. E elas sempre vão para os bordões de sempre:

1. Fortalecimento do Rui Costa em relação a Fernando Haddad.
2. Fortalecimento do PT em relação a Haddad.

O que houve, objetivamente falando, é que Lula percebeu a armadilha de centrar o discurso exclusivamente na meta de fim do déficit fiscal. Primeiro, porque não será alcançada. E não adianta a Fazenda explicar que joga uma meta ambiciosa para conseguir um resultado melhor. Se insistir na meta zero, qualquer resultado negativo será uma derrota para o governo.

O segundo ponto é que caiu a ficha de Lula que se não começar a montar um discurso de desenvolvimento, se aguardar a dança de salão do Fernando Haddad e Roberto Campos Neto – na qual quem conduz é Campos Neto -, vai haver uma corrosão irreversível de sua popularidade e um desmanche da grande rede de aliança democrática.

No entanto, não basta mudar o discurso. Nos próximos dias, Lula terá que apresentar planos concretos, que não podem ficar apenas em políticas compensatórias ou no PAC.

Sobre o tema, escreverei nos próximos dias.

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