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Jucativa propaga a educação estimulando a leitura


Por meio de uma página da Juventude Cultural Ativa no Facebook, já com mais de 1,7 mil seguidores, a biblioteca virtual chega a casa de moradores de vários bairros do Recife e RMR

Publicado: 05/08/2015

Ascom Sindsep

O filósofo grego, Platão, dizia ser fundamental a criação de um método capaz de impedir que a incompetência e a corrupção existissem no governo público. Por isso, a cidade ideal, para ele, só poderia ser governada por aqueles que possuíssem a habilidade da sabedoria, os filósofos. E a habilidade da sabedoria só seria conquistada com muita educação. Foi inspirado nessas ideias platônicas que o teólogo Rogério Brito Batista, 42 anos, resolveu montar uma biblioteca comunitária para empréstimo de livros aos moradores de seu bairro, o Jardim Jordão, localizado no município de Jaboatão dos Guararapes.

“Assisti a uma palestra do professor de teologia e escritor João Ferreira Santos, em que ele tratava da ideia platônica da educação das cidades. Depois conversei com o professor e falei da ideia de estimular a leitura em meu bairro. Então ele e uns amigos me doaram alguns livros e eu iniciei a biblioteca”, disse Rogério.

Era o ano de 1996. Rogério Brito fundou a Juventude Cultural Ativa (Jucativa) em um ponto comercial que possuía em Jardim Jordão, depois da doação de 33 livros. No início, a novidade despertou o interesse de todos, mas com a popularização dos computadores e internet, as pessoas deixaram de recorrer aos livros. Rogério não se rendeu. Ele levou os livros para a sua residência e hoje utiliza como aliada aquela que poderia ter sido a sua maior inimiga, a internet.

Por meio de uma página da Juventude Cultural Ativa no Facebook, já com mais de 1,7 mil seguidores, Rogério divulga a biblioteca, além de diversos textos sobre cultura, política, economia e religião, vários deles do professor João Ferreira Santos, que o considera como mentor. Atualmente, a Jucativa conta com um acervo de mais de dois mil livros disponíveis. E detalhe: os clientes da biblioteca recebem os livros em suas residências ou locais de trabalho, sem nenhum custo. É tudo de graça. E o atendimento não se restringe mais ao bairro de Jardim Jordão.

A Jucativa atende a leitores dos bairros de Jordão Alto, Jordão Baixo, Ibura, Imbiribeira, Boa Vista, Boa Viagem, Pina, Setúbal, Piedade, Candeias, além dos municípios de Abreu e Lima e Cabo de Santo Agostinho. No acervo, livros de filosofia, política, religião, literatura nacional e internacional, além de livros infanto-juvenis e infantis. Entre eles, A Crítica da Razão Dialética, de Jean-Paul Sartre, A República, de Platão, Em Defesa da Sociedade, Michel Foucault, Juventude e Dominação Cultural, vários autores, A Cidade e as Serras, de Eça de Queiroz, e Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.

Para receber os livros da Jucativa, os interessados devem preencher uma ficha de cadastro que Rogério Brito encaminha por e-mail. A solicitação da ficha pode ser feita por meio de mensagem para o [email protected], [email protected] ou por meio da página do facebook: www.facebook.com/ jucativape. Contatos também podem ser feitos pelo telefone: (81) 98636-7733.

Quem desejar doar livros para o acervo deve entrar em contato com a Jucativa, que só não está recebendo livros didáticos, por já ter um grande número. “Há uma procura grande por Clarice Lispector, Rubem Alves, Paulo Freire, Mário Sérgio Cortella”, comenta Rogério.

Segundo o teólogo, a maioria dos leitores da Jucativa são mulheres, das mais diversas idades, como a aposentada Aldorina Cordeiro da Cruz, 64 anos. Ela é cadastrada desde o último mês de janeiro. “Conheci através de minha filha que gosta muito de ler. Estou lendo um livro por mês. Quando leio fico meditando sobre o que o livro diz e depois gosto de transmitir os ensinamentos para as pessoas.”

A soldadora Renata Maria de França, 27 anos, é outra cliente assídua da Jucativa. “Nunca fui muito fã de leitura. Mas conheci a Jucativa e despertei o interesse. Ele traz o livro aqui em casa. Assim a gente acaba se interessando”, destacou Renata que tem um filho de dez anos que também é leitor da biblioteca, Victor Gomes. “Ele não gosta muito de ler. Adora viver com os colegas na rua, jogando bola. Mas agora, para sair, tem que ler um trecho de um livro”, disse.

Leandro Eduardo Ferreira da Silva, 18 anos, também foi estimulado à leitura depois que conheceu o trabalho de Rogério. “Eu só lia por obrigação, os livros da escola, para fazer provas. No ano passado, Rogério me entregou o livro A Águia e a Galinha, de Leonardo Boff. Hoje leio de dois a três livros por mês”, garantiu. No final de 2014, Leandro passou na seleção do vestibular do curso de Filosofia, da Unicap. 

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