Grito mobilizará população brasileira pelo impeachment de Bolsonaro

O dia 7 de setembro ficou conhecido como o dia da independência do Brasil e passou a ser comemorado ano após ano em um feriado nacional. Para fazer contraponto a uma independência que nunca existiu de fato, a campanha da Fraternidade de 1995 promoveu o primeiro Grito dos Excluídos e Excluídas, que este ano chega a sua 27ª edição. A expectativa é de que aconteçam grandes manifestações em todos os estados brasileiros contra o presidente Jair Bolsonaro, que tem promovido uma política de desmonte do Brasil completamente submissa aos interesses dos Estados Unidos da América (EUA).  

Em Pernambuco, acontecerão mobilizações de rua no Recife e em outras cidades do interior do estado. No Recife, haverá concentração a partir das 10h, na praça do Derby. De lá, todos seguirão em caminhada até o pátio da igreja do Carmo. As recomendações sanitárias são de que todos estejam usando máscaras, álcool 70º, mantenham distanciamento social e evitem contato físico com outras pessoas. Este ano, o Grito será unificado com as frentes Brasil Popular, Povo sem Medo e com o Comitê Fora Bolsonaro, além das centrais sindicais, movimentos sociais, entidades da sociedade, partidos progressistas num total de mais de 80 organizações.   

"A mudança na política econômica, os cortes de investimentos nas políticas públicas e a privatização de empresas estratégicas do país tem reposicionado o Brasil como colônia norte-americana. Hoje, depois de poucos anos de desconstrução de uma política nacional desenvolvimentista, somos um país desestruturado, de desempregados e famintos e que acaba de atingir o número de mais de 580 mil mortes provocadas pela indiferença e falta de vontade do governo em combater a pandemia do novo coronavírus. Por isso, vamos mais uma vez às ruas para dizer Fora Bolsonaro", comentou o coordenador-geral do Sindsep-PE, José Carlos Oliveira. 

Não é à toa que esta edição do Grito escolheu como lema a frase: “Na luta por participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda já!” 

Com receio do dia 7 de setembro ser marcado por grandes atos nacionais que impulsionem o impeachment do presidente, os aliados de Bolsonaro passaram a convocar atos antidemocráticos em todo o Brasil. As chamadas para as manifestações a favor de Bolsonaro defendem um golpe para a manutenção do presidente no poder. O medo se tornou ainda maior diante do avanço das investigações da CPI da Covid, que está chegando cada vez mais perto de provas contra Bolsonaro e seus aliados, da queda da popularidade do presidente nas últimas pesquisas de opinião e constatação de que o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva pode vencer as eleições de 2022 ainda no primeiro turno. 

Ao Fora Bolsonaro se somarão outras bandeiras de luta da classe trabalhadora como o combate a aprovação da PEC-32; emprego de qualidade, trabalho e salário decentes; combate à carestia, ao aumento da inflação e à fome; e contra a reforma Trabalhista de Bolsonaro (MP 1.045) que destruirá ainda mais os direitos conquistados pelos trabalhadores ao longo de anos de luta. A luta também é contra as privatizações; por uma reforma Tributária justa, solidária e sustentável, além de medidas para o enfrentamento à pandemia, como o auxílio emergencial de R$ 600, e vacina já para todas as pessoas.