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Grito dos Excluídos reuniu milhares de brasileiros em defesa da democracia


Para os participantes da mobilização, o povo trabalhador brasileiro não têm muito o que comemorar neste 7 de setembro porque o Brasil vive uma das suas crises mais profundas depois do período da ditadura militar

Publicado: 07/09/2022


Diante das inúmeras ameaças feitas à democracia brasileira e em meio às comemorações do bicentenário da independência do Brasil, os movimentos sociais e religiosos, partidos de esquerda e centrais sindicais, entre elas a CUT, realizaram, nesta quarta-feira (07 de setembro), o 28º Grito dos Excluídos. Atos de rua foram realizados nas capitais e em diversas cidades do interior do país, puxados pelo tema desta edição do Grito: Vida em primeiro lugar. 200 anos de Independência. Para quem? 

A pergunta tem como objetivo despertar os brasileiros e brasileiras para o fato de que o Brasil não é um país independente, principalmente para a maior parcela da população, o povo trabalhador, negro, periférico, indígenas e quilombolas. Além da defesa da democracia, a pauta do Grito dos Excluídos inclui a luta por inclusão, direitos e políticas públicas como segurança, saúde e educação, que garantam dignidade às populações mais vulneráveis.

No Recife, o Grito reuniu milhares de pessoas. A concentração teve início por volta das 9h, no Parque 13 de Maio, bairro da Boa Vista. De lá, os manifestantes seguiram em passeata pelas ruas centrais da cidade. 
Para os participantes da mobilização, o povo trabalhador brasileiro não têm muito o que comemorar neste 7 de setembro porque o Brasil vive uma das suas crises mais profundas depois do período da ditadura militar, iniciado em 1964, e da abertura democrática. Uma crise econômica, política e democrática graças ao atual governo federal.  

“Não há o que comemorar neste Bicentenário, mas muitas coisas a defender. Tivemos uma perda gigantesca de direitos. Nos últimos cinco anos, promoveram um verdadeiro desmonte neste país. Hoje, o Brasil vive uma situação de mais dependência externa, com uma submissão enorme a outros países. O país segue pagando uma dívida financeira desde as colônias. Paralelamente a isso, o atual governo promove uma política interna de retirada de direitos do povo trabalhador, propagação do ódio e ataques constantes a democracia. Hoje não é um dia de celebração, mas de luta”, comentou o diretor do Sindsep e da CUT, Fernando Lima.  

Enquanto o povo defendia a democracia em atos por todo o país, eventos foram realizados no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, além de outras cidades do país, com um amontoado de pessoas defendendo o atual governo e a quebra do processo democrático. Atos que promoveram um patriotismo elitista-militar com a adoção de um discurso nacionalista de fachada, um ufanismo vazio, valorizando símbolos e idealizações ao invés de defender um autêntico projeto de desenvolvimento nacional. 

Empresários e movimentos de direita estão por trás do patrocínio de diversas caravanas que levaram militantes para participarem das manifestações de apoio ao governo. Foram oferecidos ônibus de graça e passagens abaixo dos valores comerciais praticados por empresas do setor de transporte, além de alimentação e garrafas de água. 

Diante desses atos, o Grito dos Excluídos ecoou como expressão e convocação de verdadeiro patriotismo. Um patriotismo que clama por um Brasil de todos(as) e para todos(as). 

Grito no Carnaval

Desde 1995 mobilizando cidadãos em todo o Brasil – em contraponto às manifestações “cívicas” que marcam a data –, o Grito dos Excluídos vai virar enredo no Carnaval de 2023 na Beija-Flor de Nilópolis, escola de samba do Rio de Janeiro, justamente pelo questionamento dos 200 anos da Independência.
 

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