Governo não formalizou proposta de reajuste para servidores na primeira rodada da Mesa de Negociação

A primeira reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente dos servidores públicos federais com os representantes do governo Lula não teve grandes avanços. O representante do governo, o secretário de Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho, Sérgio Mendonça, não oficializou uma proposta para os servidores. O que foi repassado é que o governo concederia um reajuste de cerca de 9%, o que já havia sido antecipado pela ministra de Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo. Mas além da incerteza sobre o percentual, uma data também não foi informada. 

Foi agendada uma nova reunião de negociação para o próximo dia 28 de fevereiro, após o Carnaval. Na ocasião, o governo deverá apresentar um documento formal com a sua proposta.

Os representantes dos servidores públicos não receberam com bons olhos o diálogo mantido na primeira reunião. “É muito complicado o governo instalar uma Mesa de Negociação e, antes da primeira reunião, a ministra anunciar um percentual pela imprensa. Em seguida, nós não recebermos nenhuma proposta formal. O que nos foi dito é que seria mais ou menos o que a ministra tinha dito ao jornal. Sabemos que o remanejamento do governo para o reajuste pode ser maior. Precisamos ter acesso ao orçamento para fazer essa análise”, comentou o secretário-geral da Condsef, Sérgio Ronaldo.  

Também não houve nenhuma formalização do percentual de reajuste para o auxílio-alimentação.

Live

Ainda nesta quinta-feira, o Fonasefe e o Fonacate irão promover uma live, às 18h, para divulgar a proposta e dialogar diretamente com a base dos servidores sobre ela. 

O percentual de 9% sugerido pelo governo leva em consideração uma margem de R$ 16 bilhões — o que corresponde a uma atualização dos R$ 11,2 bilhões previstos pelo governo Bolsonaro e disponíveis no Orçamento para essa finalidade. Os R$ 11,2 bi não seriam suficientes nem para conceder um reajuste linear de 5%, como prometido e não cumprido por Bolsonaro. Ou seja, o governo Lula está prevendo uma suplementação de R$ 4,8 bilhões para aumentar o percentual do reajuste. 

Pauta dos servidores

A proposta do governo Lula é uma resposta ao ofício protocolado pelos servidores no primeiro dia do governo, em 02 de janeiro de 2023. O ofício reivindica um reajuste salarial de 26,94%, referente aos quatro anos de inflação e sem reajuste do governo Bolsonaro, além de aumento nos valores dos benefícios, que estão defasados há anos. Os servidores querem ainda que o governo revogue todas as instruções normativas, portarias e decretos que sejam antissindicais. 

   
LIVE - Campanha Salarial: 1º resposta do Governo Federal 2023
Agenda: 16/02/2023 – às 18h 
Transmissão ao vivo: Página do Fonasefe no Facebook - https://m.facebook.com/100063752215005/