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Exclusivo: 70% dos palestinos e israelenses são favoráveis a um acordo de paz


Único caminho para o fim da guerra seria a criação do Estado Palestino, mas dogmatismo de narrativas impede solução definitiva para conflito

Publicado: 11/10/2023

Domo da Rocha, em Jerusalém, Israel. Foto: Becca Siegel/ Pexels

Do GGN

Convidado do programa TVGGN 20H desta terça-feira (10), Davi Windholz, presidente da ONG internacional Mãos para a Paz, foi categórico ao afirmar que a guerra entre Israel e Hamas é um conflito de lideranças da extrema direita e fundamentalistas, tendo em vista que cerca de 70% da população é favorável a um acordo de paz.

Windholz trabalha com educação para aproximar muçulmanos e judeus, sejam eles crianças, jovens ou adultos. Ele entrega que a sua atuação é inspirada no educador Paulo Freire e defende que ambos os povos têm proximidade por compartilharem as mesmas origens. 

“O povo judeu tem relação atual com Israel e com a Cisjordânia, do ponto de vista histórico e religioso. Nós, judeus, temos relação com a Cisjordânia, com aquilo que está no Estado Palestino, seja na caverna dos pais, na caverna das mães, onde estão enterradas, várias cidades históricas judaicas que estão na região da Cisjordânia”, afirma o presidente da Mãos para a Paz.

O mesmo acontece na Palestina, que na Primeira Guerra Árabe-Israelense, entre 1947 e 1949, perdeu mais de 300 aldeias que hoje são parte do território israelense. 

“Separar esses dois estados é como se você cortasse um membro do seu corpo e você não fosse inteiro. Então, a ideia é criar dois estados na Fronteira de 1967, mas que judeus possam ser cidadãos israelenses, mas residir na Palestina, abaixo do Estado Palestino e palestinos possam ser cidadãos palestinos e pedir residência em Israel, abaixo do governo de Israel. Algo como a União Europeia, só que uma micro União Europeia”, sugere Windholz. 

Impeditivos

Apesar do grande apoio popular pelo fim dos conflitos, a criação do Estado Palestino encontra “resistências maiores no dogmatismo das narrativas”. “Infelizmente, os dois lados mantêm em sua maioria a narrativa de que é eu ou ele. Digo isso nas lideranças mais ativas. Do lado de Israel, o governo de Benjamin Netanyahu e o Hamas, de outro lado”, continua o entrevistado do 20H.

O ativista comenta ainda que o massacre cometido pelo Hamas, que executou pelo menos 260 jovens desarmados no último sábado (7), não justifica o fato de o povo palestino sofrer opressão dos israelenses há décadas. 

Ele aponta ainda que há uma assimetria entre Israel e Palestina. “Sou uma das pessoas que mais fala sobre isso. Reconheço que Israel, hoje em dia, domina e oprime o povo palestino. Mas isso não justifica o massacre deste porte.”

Extrema-direita

Davi Windholz comenta que as principais lideranças de ambos os lados “poderiam dar as mãos” por apresentarem muitas similaridades, entre elas a posição política. “O Hamas é o grupo de extrema direita, e o Jihad Islâmica é um grupo fundamentalista, assim como o ministro Benjamin Netanyahu faz parte de um partido de extrema direita e os ultra religiosos fazem parte de partidos fundamentalistas judaicos. Então, eles se dão as mãos em certo ponto, apesar de estarem todo o tempo em conflito. E 70% dos dois povos, que são em sua maioria a favor de um acordo de paz, ficam fora do jogo.” 

Além do apoio popular, dos 150 movimentos pela paz, 40 são compostos por palestinos e israelenses, o que evidencia ainda mais a abertura mútua dos povos para encontrar uma solução para a disputa de território que atinge a região há mais de 50 anos.

Já sobre o governo Netanyahu, o ativista acredita que ele deve “cair” após a guerra, pois ele seria o grande responsável pela guerra iniciada pelo Hamas, crítica que já foi compartilhada, inclusive, pela imprensa israelense.

“O que o governo israelense fez nos últimos oito meses? Se concentrou na questão de destruir o sistema judiciário em Israel e de tentar fazer uma ditadura lá, enfraqueceu a polícia, o exército, a economia do país e é o grande culpado de tudo que está acontecendo”, conclui o convidado da noite, que aposta na criação do Estado Palestino como a única forma de atingir a paz.

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