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Estímulo ao ódio tem como objetivo criar clima de guerra civil no Brasil


Bolsonaristas ultrapassaram os limites de convivência em sociedade e partiram para agressões físicas que culminaram com o assassinato de Marcelo Arruda

Publicado: 11/07/2022


A violência política no Brasil atingiu um nível irracional e inaceitável. Estimulados pelo próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, e familiares, seus apoiadores ultrapassaram os limites de convivência em sociedade e partiram para agressões físicas que culminaram com o assassinato, na noite do último sábado, do diretor do Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu (Sismufi), o guarda municipal Marcelo Arruda, que também era filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT). 

Marcelo foi assassinado pelo agente penitenciário Jorge José da Rocha Guaranho, em Foz do Iguaçu (PR), enquanto comemorava seu aniversário de 50 anos com temática do PT, usando bandeiras e cores do partido, além da já famosa toalha do ex-presidente e pré-candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva. Marcelo é mais uma vítima do ódio propagado por Jair Bolsonaro contra a esquerda brasileira. 

Segundo boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil do Paraná e testemunhas no local, Guaranho parou seu carro na frente do local onde estava ocorrendo a festa de aniversário. Ele estava acompanhado da mulher e filha. O agente penitenciário gritou insultos aos presentes e palavras a favor de Bolsonaro: 'É Bolsonaro... seus desgraçados, é mito'. Guaranho deixou o local após pedidos da mulher, prometendo voltar, e retornou cerca de 20 minutos depois.  

Nesse intervalo, Marcelo Arruda foi até o seu carro e pegou a sua arma funcional para se defender, caso o bolsonarista voltasse. Guaranho voltou já de arma em punho. Marcelo conseguiu sacar sua arma e o distintivo da guarda municipal, mas isso não inibiu o assassino que disparou tiros contra a vítima. O agente ainda conseguiu disparar a sua arma e atingir o policial penal federal, evitando que ele atirasse em outras pessoas. Hoje, Guaranho está se recuperando em um hospital da cidade.  

“Ou seja, foi um crime político e premeditado. Embalado por um discurso de ódio que começou a ser propagado na última campanha presidencial e vem sendo estimulado cotidianamente pelo atual presidente, o bolsonarista voltou à festa para cometer um ou mais assassinatos. Outro dia mataram o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips por estarem combatendo a destruição da Amazônia. Agora um sindicalista que estava apenas comemorando o seu aniversário. Precisamos dar um basta nisso porque qualquer pessoa envolvida por esse projeto de morte e destruição bolsonarista é um assassino em potencial e qualquer trabalhador que não concorda com a visão deles pode ser a próxima vítima", comentou o coordenador-geral do Sindsep-PE, José Carlos de Oliveira. 

O assassinato de Marcelo aconteceu depois de atentados cometidos por bolsonaristas contra os atos de Lula em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, utilizando merda e urina, em mais uma demonstração da fixação escatológica (obsessão pelos excrementos) bolsonarista.  

Digitais de Bolsonaro

O estímulo ao ódio contra Lula e seus apoiadores tem sido uma constante por parte de Bolsonaro e seus filhos. Em maio deste ano, durante discurso em cerimônia da Associação Paulista de Supermercados, em São Paulo, o presidente disse: "Agora tá todo mundo reunido ao lado do 'nine' [referência a Lula] para organizar a campanha dos caras, pô... ... É bom que um tiro só mata todo mundo ou uma granadinha só mata todo mundo."  

Na última live de Bolsonaro, na quinta-feira (7), dias antes do assassinato, ele disse: “Não preciso dizer o que estou pensando, mas você sabe o que está em jogo. Você sabe como você deve se preparar, não para o novo Capitólio, ninguém quer invadir nada, mas sabemos o que temos que fazer antes das eleições.” Para muita gente, a atitude do presidente é um claro "apito de cachorro", ou seja, uma espécie de chamado codificado para que seus seguidores mais submissos, cegos e furiosos entrem em ação, criando um clima de guerra civil no período eleitoral. 

No dia em que Marcelo foi morto, horas antes do assassinato, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente da República, fez um discurso violento e radical sobre armas de fogo e a esquerda, num ato em Brasília.

“A esquerdalha nunca imaginou que tantas pessoas pudessem vir às ruas para falar que, sim, quero estar armado... Chupa, Sou da Paz! Chupa, Viva Rio! Chupa, Fórum Brasileiro de Segurança Pública! Chupa, Instituto Igarapé! Quanto tempo ficamos ouvindo esses caras, com mensalão, aprovando estatuto do desarmamento e a gente falando educado? A gente não tem que respeitar esses caras, não”, gritou para o público de aficionados em armas o parlamentar.

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