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Escândalo de milhões de reais e fake news abala a candidatura de Jair Bolsonaro


Caso a denúncia seja comprovada, a chapa de Jair Bolsonaro pode ser impugnada por abuso de poder econômico, abuso do uso de meios de comunicação e omissão de doações de campanha

Publicado: 19/10/2018

Da Ascom Sindsep-PE

A  chapa de Jair Bolsonaro pode ser impugnada por abuso de poder econômico, abuso do uso de meios de comunicação e omissão de doações de campanha. Isso porque mais de uma centena de empresários brasileiros estariam comprando pa-cotes de disparo em massa de men-sagens no WhatsApp contra o PT e seu presidenciável, Fernando Haddad, e em benefício de Bolsonaro. Muitos desses empresários, conhecidos de Bolsonaro.  

A manobra foi revelada por uma reportagem da Folha de São Paulo. Segundo a matéria, cada contrato individual chega a R$ 12 milhões, o suficiente para propagar centenas de milhões de textos, áudios, fotos, vídeos e memes. Grande parte das mensagens com inverdades contra o candidato do PT. Já foi constatado que mais de 3 milhões de mensagens falsas, as fake news, que enganam a população e parecem espontâneas, foram enviadas para milhares de grupos de WhatsApp.  Como foram centenas de empresas, há a possibilidade de o valor chegar a mais de um bilhão de reais. 

A título de comparação, Bolsonaro declarou oficialmente um gasto de R$ 1,2 milhão ao TSE na campanha inteira do primeiro turno. E isso, inclusive, estava atraindo votos de eleitores que acreditaram que a sua campanha era modesta. 

Mesmo Bolsonaro dizendo que não sabia da ação dos empresários a seu favor e que não pode controlá-los, como também disse que não podia controlar a violência de seus eleitores, a chapa pode ser sim impugnada. Isso porque a iniciativa corresponde à doação empresarial de campanha, o que está vedado desde 2015. Para burlar a legislação eleitoral, os empresários teriam contratado o disparo de mensagens diretamente. 

Além disso, se comprovada, a ação dos empresários ainda estaria infringindo outra norma: a de que o impulsionamento de propagandas em mídias sociais só pode ser feito pelo candidato ou pela campanha e deve ser identificado como tal.

De acordo com a apuração do jornal,  entre os compradores está Luciano Hang, dono da Havan. Luciano apoia publicamente Bolsonaro e já foi obrigado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a retirar de seu Facebook um vídeo em que todos os seus funcionários foram obrigados a aparecer com camisas de Bolsonaro. 

Importante lembrarmos que dois terços dos eleitores brasileiros possuem conta no WhatsApp, a rede social mais popular do país. De acordo com pesquisa realizada pelo Datafolha em 2 de outubro, 44% dos entrevistados declararam ler notícias sobre política e eleições por esse meio, e 24%, compartilhá-las. 

“O poder das redes sociais é imenso. E isso pode interferir diretamente em qualquer eleição. Por isso, todos devem estar muito atentos para aquilo que recebem em seus telefones. Em muitos casos dá para identificar o que é verdade ou falso, a depender do absurdo do que está sendo transmitido”, observou o coordenador geral do Sindsep-PE, José Carlos de Oliveira. 

Os números mostram cla-ramente o quanto essa rede pode influenciar na opinião das pessoas e no resultado das eleições. Depois de revelada a farsa, o PT decidiu entrar com uma ação no TSE contra Bolsonaro e seu vice, Hamilton Mourão, Hang, quatro empresas que trabalham com mensagens em massa (Quickmobile, a Yacows, Croc Services e SMS Market) e o Facebook, dono do WhatsApp. Ontem, o WhatsApp bloqueou e notificou as quatro empresas, além do filho de Jair Bolsonaro, Flávio Bolsonaro. 

No documento, o Partido dos Trabalhadores afirma que o caso trata de abuso de poder econômico e uso indevido dos veículos e meios de comunicação digitais perpetrados pelos representados, uma vez que estariam beneficiando-se diretamente da con-tratação de empresas de disparos de mensagens em massa. A ação pede a inelegibilidade de Bolsonaro e a suspensão do envio de mensagens políticas por agências. 

Além do PT, o PDT de Ciro Gomes entrou com ação no TSE alegando fraude eleitoral.
 

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