Empregados da Conab ratificam o ACT 2015/ 2016. Salários devem ser reajustados em junho

Os empregados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) ratificaram o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2015/2016, em assembleia realizada pela associação dos trabalhadores, a Asnab, com a participação do Sindsep, na última sexta-feira, dia 15. A ratificação foi uma exigência do Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Dest), que promete autorizar o aumento do reajuste dos salários e os devidos retroativos na folha de maio, paga no início de junho.

O reajuste do auxílio alimentação já foi feito, bem como o retroativo relativo ao mês de setembro do ano passado. Em relação ao aumento dos salários, apesar de existir a previsão para junho, os trabalhadores ainda estão na expectativa. O diretor do Sindsep-PE, Sérgio Viana (Conab), explica que essa não foi a primeira vez que a empresa prometeu pagar. Ele também lamenta que o reajuste tenha ficado abaixo do esperado. 

O reajuste acordado para os salários e os auxílios creche e escola foi de 8,53%. Apenas o tíquete alimentação foi 9,53%. As negociações ficaram abaixo da expectativa dos trabalhadores, que queriam ao menos a inflação do período, 9,56% de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

“Quando a Condsef e os sindicatos gerais negociavam tínhamos aumentos melhores. Agora não temos representatividade nas negociações.”, lamenta Sérgio Viana. Ele lembra que já comunicaram ao governo que sindicatos cartoriais e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Comércio (CNTC) não os representam, mas até agora nada foi feito.

Vale lembrar que o pessoal da Conab é celetista, pagam o Imposto Sindical, que é contribuição obrigatória recolhida pelo governo uma vez por ano, todo mês de março, relativa a um dia de serviço. Acontece que esse imposto não era debitado dos salários desses trabalhadores e a Condsef vinha negociando os acordos coletivos tranquilamente há mais de 20 anos.

Há alguns anos o Ministério do Planejamento determinou o desconto do Imposto Sindical. Depois disso, um grupo de trabalhadores, apoiados pela direção nacional da Companhia, tentaram fundar um sindicato nacional. Sem sucesso, barraram a Condsef nas negociações e agora os ACTs são negociados pela CNTC.

Outra preocupação é o desmonte da Conab. Os empregados alegam que a atual ministra da Agricultura, Kátia Abreu, está a serviço do agronegócio. “A gestora está vendendo os armazéns e acabando com o papel social da Companhia”, denuncia Robson Souza. Kátia já cortou também alguns benefícios dos trabalhadores, como os cinco dias de falta abonada e a venda de 1/3 da licença prêmio.

*Foto de assembleia realizada na Conab em 2012 (imagem de arquivo)