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EDITORIAL Paulo Guedes, os servidores federais já estão sem reajuste há três anos


A proposta do ministro da Economia, Paulo Guedes, de congelar os salários dos servidores públicos das três esferas como forma de “poupar” dinheiro em meio à crise econômica agravada com a pandemia do novo coronavírus, ganhou os noticiários no início desta semana

Publicado: 28/04/2020
Escrito por: Ascom Sindsep-PE

A proposta do ministro da Economia, Paulo Guedes, de congelar os salários dos servidores públicos das três esferas como forma de “poupar” dinheiro em meio à crise econômica agravada com a pandemia do novo coronavírus, ganhou os noticiários no início desta semana. A mídia comprou a ideia e vendeu à população como a “cereja do bolo”, perpetuando o discurso histórico, que ganhou força no imaginário popular principalmente no governo Collor, de que funcionário público é marajá.

A sugestão do Paulo Guedes traz consigo uma série de inverdades. Como um sindicato que representa os servidores públicos federais no estado de Pernambuco, o Sindsep vai pontuar a parte que lhe cabe para tentar desconstruir esse discurso falacioso e imoral. Primeiro, os servidores públicos federais do Executivo, ao qual o Sindsep-PE representa, algo em torno de 80% do funcionalismo federal, está longe de ser um marajá. Ao contrário dos servidores dos outros poderes, recebem os salários mais baixos pagos pela União, seus benefícios são menores, menos da metade do que é pago nos demais poderes. Ou seja, de privilegiado não temos nada.

Em segundo lugar e não menos importante numa ordem cronológica, não temos nenhum reajuste programado para daqui a 18 meses. O reajuste ao qual Paulo Guedes se refere dentro do Executivo Federal só pode ser as progressões na carreira ou coisa parecida. Aquilo que o servidor recebe um pouquinho a mais porque acumulou tempo na carreira ou porque fez um curso de especialização ou qualificação.

Vamos lá. Se consideremos nenhum tipo de reajuste até dezembro de 2021 teremos na verdade quatro anos sem nenhum tipo de aumento. Isso mesmo. O último aumento negociado para os servidores do Executivo foi ainda no governo de Dilma Rousseff. O governo de Michel Temer não deu reajuste aos servidores do Executivo. Sim, mais Bolsonaro?

Esse governo em curso não só não deu nenhum tipo de reajuste, como nem recebeu as entidades dos servidores. Durante todo o ano de 2019 foram tentativas frustradas. A Fonasef, que é o fórum que reúne a Condsef e demais entidades nacionais da categoria, entregou a pauta de reivindicações do setor, mas nada de resposta. 

Paulo Guedes falou em economizar R$ 179 Bi com esse suposto “congelamento”. Vamos lá ministro do sistema financeiro. Essa “economia” a qual o senhor se refere ela tem caráter alimentício. Ou seja, é salário. Vai mais volta para a economia, faz ela girar.

E por fim, porque dá uma tese de doutorado nossa defesa, vamos acompanhar a proposta da Condsef/Fenadsef e nos contrapor a essa prática de achatamento salarial do governo nesse momento de crise agravada pela pandemia. Sugerimos a suspensão imediata do pagamento da dívida pública. Com isso, só em 2020, o governo pouparia R$ 1,5 trilhão. Sem falar da taxação das grandes fortunas porque não faz sentido o rico ganhar mais e pagar proporcionalmente menos impostos.

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