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Dieese constata que preço dos alimentos continua em alta no Brasil


No mês de outubro, o custo da cesta básica aumentou em 15 capitais das 17 onde o levantamento foi feito

Publicado: 11/11/2020
Escrito por: Ascom Sindsep-PE


A ausência de um projeto nacionalista por parte do governo Jair Bolsonaro está fazendo com que o fantasma da inflação volte a assustar os lares brasileiros. Depois do aumento estratosférico dos preços do gás de cozinha e combustíveis, os alimentos que vão às mesas dos brasileiros e brasileiras também vêm sofrendo alta descontrolada de preços.  

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) lançou novos dados referentes à Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Segundo o Dieese, no mês de outubro, o custo da cesta básica aumentou em 15 capitais das 17 onde o levantamento é mensalmente realizado. 

O alto volume de exportação devido a desvalorização do real e a baixa oferta interna devido à falta de estoque de alimentos nos armazéns da Conab durante o atual Governo têm influência direta no contínuo aumento dos valores Nas prateleiras dos mercados.

"Depois de muitos anos, o Brasil voltou a ter uma política neoliberal que beneficia tão somente os grandes exportadores. Uma política econômica capenga que deixa a população de lado e está levando o país ao caos social", comentou a diretora de Formação Política do Sindsep e diretora executiva do Dieese, Elna Melo. 

O valor do óleo de soja apresentou aumento nas 17 capitais, com destaque para Brasília (47,82%), João Pessoa (21,45%), Campo Grande (20,75%) e Porto Alegre (20,22%). O preço médio do arroz agulhinha registrou alta em todas as capitais, com variações entre 0,39%, em Aracaju, e 37,05%, em Brasília.  Em 16 capitais, o preço médio da carne bovina de primeira registrou alta: variou de 0,50%, em Curitiba, a 11,50%, em Brasília. A queda foi registrada apenas em Florianópolis (-10,84%).

Salário mínimo

Quando o Dieese leva em consideração a cesta mais cara que, em outubro, foi a de São Paulo, o órgão estima que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 5.005,91. O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças. Esse valor corresponde a 4,79 vezes o salário mínimo vigente, de R$ 1.045,00, e é maior do que recebe toda a base dos servidores públicos brasileiros.  

O Dieese observou ainda que os trabalhadores remunerados pelo piso nacional comprometeram, em outubro, na média, 53,09% do salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em setembro, o percentual foi de 51,22%. No Recife, onde a cesta básica atingiu o valor de R$ 469,05, o comprometimento foi 48,52%

Altos salários? 

Em pesquisa anterior, o Dieese constatou que 93% do funcionalismo brasileiro está no Poder Executivo, com média salarial de R$ 4.200,00.

“Ou seja, não são os servidores que ganham altos salários. Muito pelo contrário. São as empresas privadas que pagam salários muito baixos a todos os brasileiros e brasileiras. O Governo deveria estar trabalhando  uma política para retomar o aquecimento da economia nacional, estimular investimentos e abertura de vagas de empregos com salários mais dignos para todos. Mas preferem tentar reduzir o salário dos que já ganham pouco”, comentou o coordenador geral do Sindsep, José Carlos de Oliveira.   

O Dieese constatou que as despesas com servidores no Brasil, em nível federal, estão estabilizadas em relação ao PIB há mais de 20 anos e muito abaixo do limite permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Ou seja, não existe nenhum descontrole nem explosão de despesas com o funcionalismo. O que existe é uma política de desvalorização dos trabalhadores e de desmonte do serviço público. 

País em queda livre

Com Jair Bolsonaro no comando e o banqueiro Paulo Guedes dando as cartas no Ministério da Economia, o Brasil  deixou de ser a 9ª economia do mundo, lugar que ocupava no início de 2019,  e passou ao 12º lugar, atrás de Canadá, Coreia do Sul e Rússia. Em 2002, último ano do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o Brasil ocupava a 13ª posição. Nos governo dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, o país chegou, no fim de 2011, ao 6º lugar.

Além disso, hoje, 14,4% da população ativa está desempregada. São 13,8 milhões de pessoas. Existem ainda 6 milhões de pessoas que estão desempregadas, mas desistiram de procurar emprego. Ou seja, são quase 20 milhões. O que está levando ao aumento da miséria e violência no país. 
 

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