Dia de Luta mobiliza pernambucanos contra o golpe e em defesa de direitos

Da Ascom Sindsep-PE

O Dia Nacional de Luta contra o Golpe contou com diversas mobilizações em todo o Brasil. Foram paralisadas atividades em fábricas, indústrias, escolas, universidades, transportes e serviços públicos. Servidores federais, trabalhadores do campo, movimentos sociais e populares, entidades, lideranças políticas, estudantes e coletivos de mulheres realizaram mobilizações em diversos estados brasileiros. Em Pernambuco não foi diferente. 

Logo pela manhã, o Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) promoveu o fechamento de Brs 101 Sul e Norte e na BR-232, em protesto contra o golpe. Os metroviários também cruzaram os braços. À tarde, representantes de segmentos sociais e  das diferentes categorias profissionais, incluindo diretores e servidores ativos e aposentados do Sindsep, se reuniram, a partir das 16h, na Praça do Derby/Recife, no mesmo local do acampamento popular permanente, montado em defesa da democracia. Na ocasião, foi realizado um ato político cultural. “É muito importante que toda a sociedade se mobilize contra esse absurdo que retira de nós o pilar fundamental da democracia que é a soberania popular , exercida através do voto”, destacou a coordenadora geral do Sindsep-PE, Graça Oliveira.

Os servidores públicos também realizaram mobilizações em seus locais de trabalho. Os trabalhadores da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) realizaram um ato em frente a sua sede, localizada na avenida Agamenon Magalhães, das 8h às 10h (Foto ao lado). A mobilização, que contou com um carro de som, teve como objetivo chamar a atenção dos servidores e da população para a necessidade da preservação da democracia. Os trabalhadores se uniram também em defesa dos próximos reajustes salariais acordados com o Governo Dilma, previstos para serem efetivados nos próximos meses de agosto (5,5%) e janeiro de 2017 (5%). 

Os servidores defenderam ainda o acordo em torno da unificação da gratificação dos aposentados. A unificação é uma luta antiga dos sindicatos, da Condsef e da CUT, mas até o momento o Projeto de Lei do acordo de 2015 que prevê a unificação, o PL 4250, não foi aprovado no Congresso e ainda não tem relator. “Independente do Governo que estiver no comando do Brasil, o servidor não irá recuar. Se for para perdermos direitos, vamos parar. Estamos dispostos a fazer greve em defesa das nossas conquistas e demandas e do direito da população de ter um serviço público de qualidade”, destacou o diretor do Sindsep-PE, Sérgio Goiana.

Os trabalhadores da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) também realizaram uma paralisação na manhã do dia 10. Além de defenderem a democracia e dizerem não ao golpe, os servidores se uniram em defesa da própria Conab. É que a Companhia está em risco de ser transformada em uma Agência de Inteligência, o que pode resultar em demissões e suspensão de benefícios. A ameaça partiu da atual ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Kátia Abreu. 

Os servidores da Conab-PE chegaram a escrever uma carta para a presidente Dilma Rousseff. Na carta, eles pedem a participação dos trabalhadores na reforma estatutária da empresa, liberação de recursos para os programas já existentes, construção de armazéns de abastecimento em pontos estratégicos de Pernambuco, capacitação dos servidores e melhoramento da infraestrutura já existente. 

Apesar da ameaça contra a Conab partir de uma ministra de Dilma Rousseff, os servidores resolveram se unir em favor da democracia e contra o golpe. “É que já conhecemos o projeto do PMDB de Temer. O Ponte para o Futuro prevê a privatização e extinção dos serviços públicos. Com Dilma, tínhamos pelo menos uma chance de negociar. Com o PMDB e PSDB juntos, voltaremos a Era FHC, quando o servidor público passou oito anos sem aumento, os órgãos públicos foram sucateados e nossos aposentados chamados de vagabundos”, conclui o diretor do Sindsep e servidor da Conab, Sérgio Viana.