Dia 30 de março terá ato pela reposição salarial no Recife

O Sindsep-PE convoca todos os servidores federais de Pernambuco a participarem do ato que será realizado no próximo dia 30 de março, às 9h, na frente do Ministério da Economia. O ato fará parte da campanha salarial 2022 dos servidores. A categoria quer a abertura imediata de um processo de negociação em torno de uma reposição salarial de 19,99%, referente a perdas acumuladas em três anos de governo Bolsonaro, além da revogação da Emenda Constitucional 95, que congelou os investimentos públicos por 20 anos, e arquivamento da proposta da reforma Administrativa (PEC-32).

A pauta de reivindicações foi protocolada no último dia 18 de janeiro, mas o governo se nega a atendê-la. A desculpa é a de que não existe mrecursos suficientes para promover a reposição dos salários. Mas a Lei Orçamentária 2022 destinou R$ 37,6 bilhões para emendas parlamentares, dos quais R$ 16,5 bilhões estão no "orçamento secreto". Também estão reservados quase R$2 trilhões para o refinanciamento da dívida pública que gera lucros absurdos para uma pequena minoria de banqueiros e especuladores do mercado financeiro. 

Além disso, a política nefasta de corte de investimentos sociais e o aumento consecutivo de combustíveis  e tarifas públicas, em 2021, gerou uma arrecadação 17,35% superior ao ano anterior! Corrigido pela inflação, o valor representa R$ 1,971 trilhão, que tem sido usado para o pagamento da dívida pública e desviado para fins pouco republicanos em vez de atender à população. 

“Ou seja, os recursos são destinados a uma minoria, enquanto a maioria da população é retirada do orçamento público. O que provocou o congelamento, por tanto tempo, do salário dos servidores. Por isso, precisamos nos unir e nos mobilizar”, comentou o coordenador-geral do Sindsep-PE, José Carlos de Oliveira. “Necessitamos do maior número possível de servidores neste ato do dia 30. Precisamos mostrar ao governo que estamos unidos neste momento de ataque aos nossos direitos”, complementou o secretário-geral do Sindsep, José Felipe Pereira. 

Os salários dos servidores já estão sem reajuste há cinco anos. A última negociação aconteceu em 2015, durante a gestão da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT). Depois do golpe que tirou Dilma da Presidência, não houve mais negociação e os salários, da massa dos servidores, ficaram congelados. Além disso, o governo de  Michel Temer aprovou a Emenda Constitucional 95 e Bolsonaro tentará aprovar a PEC-32 logo após as eleições deste ano. 

Inflação 

Neste período, de retorno descontrolado da inflação, os servidores sentem um impacto ainda maior por conta do congelamento de salários. Além da tentativa de destruir os serviços públicos, o governo  Bolsonaro aprofundou a política  de preços internacionais para os combustíveis praticada pela Petrobras, o que tem resultado em aumentos constantes da gasolina, álcool, diesel, gás natural veicular e o gás de cozinha, além de alimentos e outros produtos.