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Desmonte da saúde e descaso com a pandemia dobrou mortes no Brasil


Em 2021, 412,8 mil brasileiros morreram por Covid-19. Mesmo assim, o atual Governo Federal cortou o financiamento de ações sanitárias contra a pandemia em 79% dos gastos, em comparação com 2020

Publicado: 18/08/2022
Escrito por: Ascom Sindsep-PE

O mundo enfrentou, nos últimos anos, uma das piores pandemias que já se teve notícia. A Covid-19, uma doença infecciosa e contagiosa que se espalhou muito rapidamente e acabou por atingir todo o planeta, mobilizou os mais diversos países em uma ação conjunta visando o combate a seus efeitos de forma a reduzir ao máximo o número de contagiados e de mortes. Mas o mesmo não foi feito no Brasil. Aqui, o Governo Federal promoveu um verdadeiro desmonte das políticas públicas de saúde e tratou a pandemia com descaso, provocando um aumento considerável de pessoas infectadas e de óbitos.      


Em 2021, 412,8 mil brasileiros morreram por Covid-19. Mesmo assim, o atual Governo Federal cortou o financiamento de ações sanitárias contra a pandemia em 79% dos gastos, em comparação com 2020. Foram investidos apenas 126,5 bilhões, enquanto nos doze meses anteriores o investimento foi de R$ 597,3 bilhões. Os dados são do próprio Governo e constam do estudo anual do Instituto de Estudos Socioeconômicos sobre o Orçamento Geral da União (2021).
 
Segundo levantamento do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) sobre o Orçamento Geral da União de 2021, enquanto o número de mortes aumentou em 117,5% entre 2020 e 2021, os recursos destinados para combater a pandemia e suas consequências caíram 78,8% para o mesmo período. Apenas 82% do valor autorizado no orçamento foi utilizado em 2021, o que significou uma sobra de R$ 27,3 bilhões.
Mas os recursos para a Saúde já vinham sendo reduzidos desde 2019, quando a área teve uma perda de R$,10,7 bilhões. Isso sem levar em conta os valores voltados para o combate à Covid-19, o que demonstra a situação de desfinanciamento enfrentada pelo SUS.
 
NOVOS BLOQUEIOS
Em decreto editado pelo atual presidente, em maio de 2022, houve um bloqueio de R$ 8,2 bilhões das despesas do Orçamento de 2022, depois de o orçamento deste ano já ter sido aprovado, o que atingiu sobretudo a saúde e a educação. No último mês de julho, o governo anunciou novo corte orçamentário que, mais uma vez, atingiu a saúde e educação. No total foram mais R$ 6,73 bilhões de cortes.
 
Importante lembrar que a CPI da Covid-19 constatou que o atual governo atrasou em vários meses a compra de vacinas com o objetivo de adquirir vacinas com valores bem acima do mercado para a população brasileira. Ou seja, um ato de corrupção que tripudiou das mortes que já vinham atingindo milhares de pessoas no país. Documentos do Ministério das Relações Exteriores mostram que o governo comprou a vacina indiana Covaxin por um preço 1.000% maior do que, seis meses antes, era anunciado pela própria fabricante. Depois das denúncias, as compras foram canceladas.

DESCASO E MORTES
O resultado do corte de orçamento para a saúde e do atraso na compra de vacinas, devido a tentativa de corrupção, foi o aumento de contagiados e do número de mortes no Brasil, que se tornou um dos piores exemplos mundiais no combate a Covid-19. No final do ano passado, o Brasil registrou 655 mil óbitos provocados pela pandemia, enquanto o mundo registrava mais de 6 milhões. Ou seja, sozinho, o país tinha cerca de 10,5% das vítimas fatais da infecção, apesar de representar apenas 2,7% da população do planeta. Hoje, já são mais de 682 mil mortes. Pesquisas constataram que se o Governo Federal tivesse tomado as providências necessárias, o país poderia ter tido um desempenho dentro da média mundial, o que evitaria a metade das mortes pela doença.
 
“A metade dessas mortes poderiam ter sido evitadas se o Governo não tivesse promovido os cortes na saúde, se tivesse adquirido as vacinas de forma mais rápida e se o presidente não tivessem tripudiado da doença, que chamou de gripezinha, do isolamento social, das máscaras, das vacinas e, inclusive, dos mortos. A situação do Brasil só não é mais catastrófica graças a ação dos governadores, que resolveram tomar atitudes de combate a pandemia por conta própria, e aos profissionais de saúde, que apesar de estarem, muitas vezes, sem os equipamentos de segurança necessário, arriscaram suas vidas para salvar diversas outras”, lembrou o secretário-geral do Sindsep e servidor aposentado do Ministério da Saúde, José Felipe Pereira.   

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