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Desmonte da Conab teve influência direta no aumento do preço dos alimentos


Logo ao assumir a Presidência, ainda em 2019, Bolsonaro fechou 27 armazéns da Companhia responsáveis pela distribuição e controle dos alimentos e de seus preços

Publicado: 13/02/2025

Os preços dos alimentos voltaram a subir no Brasil. Mas isso não aconteceu por acaso. O processo de desmonte dos serviços públicos brasileiros, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, teve uma influência direta nos aumentos de agora. Mas o que é que tem a ver uma coisa com a outra? A resposta é simples: hoje o governo federal não possui mais estoques de alimentos para controlar o preço dos mercados devido ao desmonte da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). 

A Conab era uma das empresas que estava na mira do governo Bolsonaro para ser privatizada. Logo ao assumir a Presidência, ainda em 2019, Bolsonaro fechou 27 armazéns da Companhia responsáveis pela distribuição e controle dos alimentos e de seus preços, combate à fome, proteção a pequenos agricultores, atuação em casos de desastres ambientais, entre outras políticas. Nesses armazéns da Conab eram estocados os alimentos produzidos pela agricultura familiar e comprados pelo governo. Quando os alimentos apresentavam alta de preços, o governo vendia os estoques por preços mais baixos, exercendo o controle. 

Com o fim do estoque no governo Bolsonaro, os preços dos alimentos começaram a disparar. No ano de 2013, por exemplo, o país tinha 944 toneladas de arroz estocadas, em 2015, mais de 1 milhão de toneladas. Em 2020, segundo ano do governo Bolsonaro, eram apenas 22 toneladas, o que não garantia nem uma semana de consumo no país. De lá para cá, a situação só piorou.

Ao final do governo, já não existiam estoques governamentais de alimentos para contingência, nem para intervir no mercado nem para apoio aos programas sociais que minimizam a fome de milhões de brasileiros que vivem abaixo da linha da pobreza.

E o controle dos preços passou a ser feito pelo agronegócio. Como os empresários conseguem obter mais lucro vendendo a produção para outros países, devido à alta do dólar, o mercado nacional acaba ficando desabastecido. E, com isso, os preços internos dos alimentos sobem. 

Mas o governo não ficou só no desmonte dos estoques da Conab. Ele também promoveu o desmonte do órgão como um todo e a desvalorização de seus trabalhadores. E a situação não mudou muito. Desde 2023, os trabalhadores da Conab estão em negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2024/2025 e seu atual ACT foi prorrogado pela sexta vez. A pauta da categoria inclui melhoria das condições de trabalho, ampliação de direitos e qualidade de vida. 

Resposta de Lula

Em resposta ao aumento dos preços dos alimentos, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está programando uma série de ações para garantir a oferta e estabilizar os valores de produtos essenciais no mercado interno. A estratégia inclui a formação de estoques reguladores de arroz, milho e trigo, além do redirecionamento de recursos para financiar produtores e possíveis ajustes nas tarifas de importação. 

Mas os empresários do agronegócio já estão se rebelando. Defendem o corte de gastos públicos. O que não resolve em nada o problema. Na verdade, só piora! O Sindsep-PE está ao lado de todas as trabalhadoras e trabalhadores da Conab pela reestruturação do órgão, abertura de concurso público e melhores salários e condições de trabalho!



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