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Delator da Odebrecht diz que Serra recebeu R$ 53 milhões em caixa 2 ao longo de 10 anos


De acordo com Novis, só em 2010 foram liberados R$ 23,3 milhões. Nas eleições de 2002, 2004, 2006, 2008 e 2012, a Odebrecht repassou os outros R$ 29,1 milhões

Publicado: 09/01/2018

Do GGN

José Serra solicitou para si ou para o caixa 2 do PSDB um total de R$ 52,4 milhões da Odebrecht, ao longo de 10 anos, afirmou o ex-diretor da empresa e delator Pedro Novis. De acordo com Novis, só em 2010 foram R$ 23,3 milhões como contrapartida à liberação, pelo governo paulista, de crédito de R$ 170 milhões devidos a uma empresa do grupo Odebrecht, em 2009.
 
Nas eleições de 2002, 2004, 2006, 2008 e 2012, a Odebrecht repassou os outros R$ 29,1 milhões.
 
Procurado pelo Valor, Serra disse que as acusações são falsas e que jamais favoreceu a Odebrecht com qualquer ato ao longo de toda sua carreira pública.
 
Novis disse que, em 2009, Serra enviou Sergio Guerra - presidente do PSDB, falecido em 2014 - para "discutir o projeto das campanhas do PSDB em 2010".
 
Novis disse que condicionou o pagamento à liberação do crédito que a Construtora Odebrecht tinha com a Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A).
 
O acerto foi feito com Serra, que garantiu a liberação do crédito em troca de doação ao partido no valor de 15% do montante envolvido. Na Odebrecht, o pagamento teria sido feito pelo também delator Carlos Armando Guedes Paschoal.
 
Novis afirma que os pagamentos foram feitos em moeda estrangeira e constam no Drousys, o sistema de comunicação do setor de propina da Odebrecht.
 
O ex-presidente da Odebrecht disse ainda que a primeira vez que Serra lhe pediu doação por meio de caixa 2 foi em 2002, no valor de R$ 15 milhõrs. 
 
Novis, segundo o Valor, não conseguiu "recuperar os registros" dos pagamentos e "ainda" não apresentou nenhuma outra prova à Polícia Federal.
 
Em 2004, o delator diz que repassou R$ 2 milhões via caixa 2 para a campanha de Serra ao Paço paulistano. Mas também não tem provas nem soube apontar qual a contrapartida cobrada do tucano.
 
Novis diz ainda que entre 2006 e 2007, repassou no exterior cerca de R$ 4,5 milhões, mas sem contrapartida. Quem forneceu a conta foi o lobista José Amaro Ramos, descrito pelo delator como "amigo de Serra". Amaro teria relação e negócios com o governo da França e ajudou a Odebrecht a se aproximar daquele País na década de 1990.
 
"José Amaro Ramos foi citado em investigações que apuram ilícitos em contratos do governo de São Paulo para o Metrô. O nome dele chegou a constar de documentos enviados ao Brasil pelo Ministério Público da Suíça, que pediu para ouvi-lo. O pedido de oitiva, no entanto, foi esquecido em um escaninho da Procuradoria da República de São Paulo, de acordo um investigador", disse o Valor.
 
Em 2008, Serra teria recebido R$ 3 milhões e, em 2012, mais R$ 4,6 milhões entregue a um assessor chamado Rubens Jordão. 
 
A Odebrecht não ofereceu mais detalhes das denúncias.
 

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