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Como estaria a economia sem a Lava Jato? Pesquisador do Dieese responde


Operação destruiu a construção civil e causou prejuízo de mais de R$ 172 bilhões que deixaram de ser investidos

Publicado: 20/03/2024




Do GGN

Na última semana, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) publicou um estudo sobre o impacto da Operação Lava Jato na economia brasileira, em especial no mercado de trabalho. O resultado do acompanhamento entre 2015 e 2018 mostrou que 4,44 milhões de empregos foram destruídos no período.

Para explicar como foi o processo de análise da Lava Jato, que completou 10 anos no último domingo (17), o programa TVGGN 20h recebeu o economista Leandro Horie, do Dieese, que contou ao jornalista Luis Nassif que o departamento teve acesso às tabelas do Tribunal de Contas da União com todas as 14 mil obras paradas devido à operação. 

>>> Assista a entrevista completa no canal da TVGGN acima ou AQUI

Segundo Horie, os economistas do Dieese contaram ainda com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a fim de calcular como seria o Brasil se a Lava Jato não existisse. 

“A partir daí, a gente sabia que no setor rural dentro desses dados tinham x milhões de empregos. Esse é um dado consolidado. Criamos um método que simulava o mundo sem a Lava Jato. Isso gerava valor e essa diferença de valor atribuímos aos resultados da Lava Jato”, explica. 

Entre 2014 e 2017, por conta da operação, o Brasil deixou de investir R$ 172 bilhões, dos quais R$ 70 bilhões seriam destinados à construção civil – dados obtidos a partir do mapeamento de cada sentença da operação.

“Qual seria o mundo se não tivesse a Lava Jato? Seria um mundo com 4,44 milhões de empregos a mais, onde teria 3,6% do PIB [produto interno bruto] a mais nos cinco anos que a gente analisou, teria quase R$ 70 bilhões de aumento de arrecadação de impostos, teria quase R$ 180 bilhões que se deixou de gastar”, resumiu Horie.

Mais que destruir as empresas no passado, a Lava Jato destruiu também o futuro da construção civil, setor que teve dificuldade de alavancar novos projetos, que por muito tempo não pôde contar com construtoras para realizá-los e ainda hoje sofre com a escassez de empresas dispostas a realizar grandes obras de engenharia, já que o mercado se voltou para o segmento habitacional.

“Além do esvaziamento prático do setor de construção civil, você tem também a perda de qualidade do setor, por ser um setor que alavanca os outros”, conclui o convidado.

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