Comissão Estadual da Verdade Dom Hélder Câmara apura perseguições no meio estudantil

A Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara realiza nesta terça-feira (15), às 9h,  no auditório Paulo Rosas, na Adufepe, no bairro da Cidade Universitária, a última sessão pública de 2015. Dessa vez os depoentes serão intelectuais, na época estudantes da UFPE, que foram punidos pelo AI-5. Entre eles, nomes familiares como o escritor e ex-superintendente do Incra, Abdias Vilar de Carvalho. 

Também serão ouvidos Carmen de Castro Chaves, José Arnóbio Pereira, José de Moura e Fontes, João Bosco Tenório Galvão e Martha Maria Henrique. As investigações das perseguições no meio estudantil estão sendo coordenadas por Áureo Bradley, Nadja Brayner e Socorro Ferraz.

No momento atual em que o país vive, sendo tomado por uma onda conservadora, com forças de direita clamando pela volta da ditadura militar, é válido relembrar. O AI-5 foi um ato institucional assinado pelo presidente Artur da Costa e Silva que punia professores, alunos e funcionários das instituições de ensino que se opusessem ao regime.

O documento proibia a organização de movimentos “subversivos”, passeatas, desfiles ou comícios não autorizados, além da distribuição de material nestes eventos. 

Pelo decreto, os estudantes considerados infratores eram desligados da instituição de ensino e a proibidos de se incorporar a outra universidade pelo prazo de três anos.