Com a vitória da ciência e do SUS, inicia-se a vacinação no Brasil

Governo Bolsonaro foi encurralado pela ciência, pressionado por governadores de diversos estados brasileiros e se viu obrigado a iniciar o processo de vacinação contra a pandemia do novo coronavírus no Brasil. Com a decisão da Anvisa no último domingo (17), de autorizar o uso imediato das vacinas do Instituto Butantan e da Fiocruz e o início da vacinação em São Paulo, no mesmo dia, o Ministério da Saúde resolveu antecipar o envio das vacinas para os demais estados para esta segunda (18). Importante destacar que os recursos para a fabricação das duas vacinas são oriundos do SUS. 

A antecipação ocorreu porque Bolsonaro não quis ficar muito atrás do governador de São Paulo, João Dória, que poderá ser um dos seus concorrentes na próxima campanha à Presidência da República. Além disso, sabendo que São Paulo iniciou a sua vacinação, os demais governadores do país começaram a pressionar o Ministério da Saúde para antecipar a vacinação que só começaria na próxima quarta-feira (20). Desta forma, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, foi obrigado a desistir do calendário bolsonarista que, no início, antes das pressões do STF, governadores e meios de comunicação, estava prevista para o 2º semestre de 2021 (sem mês exato).  

Um dos argumentos que a Anvisa usou para aprovar o uso da vacina foi o de que não existe nenhum outro tratamento para a Covid-19 que não sejam as vacinas, indo de encontro a postura do governo de defender o uso de medicamentos como a  cloroquina e a ivermectina, remédios usados contra malária, lúpus e infestação por vermes.

Em meio ao caos em que Manaus, a capital do Amazonas, se encontrava na semana passada, com pessoas morrendo asfixiadas por falta de oxigênio, o Ministério da Saúde chegou a encaminhar um documento recomendando que a prefeitura daquela cidade utilizasse os dois medicamentos.

“Bolsonaro minimizou a Covid-19, chamando-a de gripezinha, foi contra a quarentena, o uso de máscaras e qualquer medida para proteger os brasileiros, disseminou mentiras, tentou impedir os governos estaduais de imporem medidas de distanciamento social e, enquanto receitava remédios ineficazes contra a Covid-19, atrasou e desestimulou a vacinação da população. A sua incompetência e maldade provocou a morte de milhares de brasileiros. Por isso, ele está sendo chamado de presidente genocida”, destacou o secretário geral do Sindsep-PE, José Felipe Pereira. 

Vacinação em Pernambuco

Na primeira remessa do Ministério da Saúde, Pernambuco receberá 270 mil doses, que serão destinadas a  idosos a partir dos 60 anos que estejam em instituições de longa permanência, profissionais de saúde que atuam em UTI em unidade de referência para a covid-19 e populações indígenas aldeadas. Hoje, o Estado possui 9.616.621 habitantes.

Segundo o plano de vacinação do governo estadual, que ainda pode sofrer alterações, em seguida serão vacinadas as pessoas acima de 80 anos e os demais trabalhadores da saúde. Na segunda fase, receberão a vacina as pessoas com 60 anos ou mais. 

A terceira fase atenderá as pessoas com diabetes mellitus, hipertensão arterial grave, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal, doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, indivíduos transplantados de órgãos sólidos, anemia falciforme, câncer e obesidade grave. Além dessas pessoas, povos e comunidades tradicionais ribeirinhas, povos e comunidades tradicionais quilombolas, pessoas com deficiência permanente severa, trabalhadores da educação, força de segurança e salvamento, além de caminhoneiros. 

Na quarta fase, trabalhadores do transporte coletivo rodoviário e metroferroviário,  trabalhadores do transporte aéreo, trabalhadores portuários, população privada de liberdade, funcionário do sistema de privação de liberdade e pessoas em situação de rua.