Cientista político italiano fala sobre Lava Jato e Mãos Limpas, em debate no Sindsep

Em 1992, a Polícia Federal italiana deu início a Operação Mãos Limpas (Mani Pulite, em italiano), que desencadeou uma crise política sem precedentes na Itália e levou ao poder Silvio Berlusconi, que anos mais tarde também seria acusado de corrupção. Quais as semelhanças dessa operação com a Lava Jato, no Brasil? 

Para discutir esse assunto, o Núcleo de Estudos – Política, Economia e Sindicalismo (NEP) realiza nesta quinta-feira, 11 de maio, a partir das 19h, o debate Mãos Limpas e Lava Jato: semelhanças e diferenças. O evento é aberto ao público e será realizado no auditório do Sindsep-PE, não perca!

Para falar sobre o tema, o NEP convidou o cientista político italiano Diego Di Niglio, formado pela Universidade de Milão. A coordenação da mesa será de Bruno Ribeiro, presidente estadual do PT.

MÃOS LIMPAS
Assim como a Lava Jato, a operação italiana tinha como foco o combate a corrupção. No entanto lá houve uma perseguição a todos os grupos políticos, promovendo uma desconfiança generalizada em relação aos partidos. Foi nesse contexto que Berlusconi foi eleito. Um milionário sem identificação com o povo, com a missão de defender o empresariado. No Brasil, a Lava Jato segue o mesmo rumo. O juiz do caso, Sérgio Moro, conduz as investigações concentrando sua perseguição em apenas um grupo político. 

A operação já levou Dilma Rousseff, uma presidente eleita de forma legítima, ao impeachment. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que conduziu o processo de impedimento, está preso. O presidente do Senado, Renan Calheiros, caminha na mesma linha, com várias acusações pesando sobre ele. O vice-presidente, que deu às costas a sua companheira de chapa e assumiu o poder, Michel Temer, também é acusado de corrupção. Até a própria esposa do juiz Moro está sendo acusada. 

O QUE É O NEP?
O NEP foi formado por militantes de esquerda de vários setores, políticos e integrantes de movimentos sociais, com o objetivo de aprimorar a formação política da classe trabalhadora. O grupo iniciou os trabalhos em 2015, depois de cerca de um ano de acúmulo de discussões. Um dos principais objetivos é evitar o engessamento do pensamento progressista.