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Bolsonaro afirma que vetará auxílio emergencial de R$ 600 para brasileiros


Enquanto confisca os recursos dos que mais precisam, o governo também retira direito dos servidores federais, congelando seus salários até dezembro de 2021. Por outro lado, esse mesmo Governo beneficiou o sistema financeiro com a liberação de R$ 1,2 trilhão aos bancos

Publicado: 12/06/2020
Escrito por: Ascom Sindsep-PE


Abandonar a população brasileira a própria sorte. Essa é a forma que o governo Jair Bolsonaro encontrou para lidar com a pandemia do novo coronavírus. Nessa quinta-feira (11), o presidente afirmou que vetará mais  parcelas da renda emergencial pagas a vulneráveis no valor de R$ 600 reais, caso sejam aprovadas pelo Congresso. Bolsonaro acha o valor de R$ 600 reais muito alto para sustentar uma família e está querendo aprovar apenas a metade, ou seja R$ 300. 

Segundo o presidente, o pagamento poderá “quebrar o país”. Mas o discurso dos cofres públicos quebrados é uma mentira usada para convencer a população de uma suposta necessidade de cortes, reformas e privatizações e para fazer com que todos os brasileiros voltem ao trabalho. A Auditoria Cidadã da Dívida apurou, no final de 2019, que o Estado possuía uma reserva de R$ 1,2 trilhão guardados no Tesouro Nacional, mais R$ 1 trilhão em caixa no Banco Central, além de outros US$ 380 bilhões em reservas internacionais. 

Enquanto confisca os recursos dos que mais precisam, o governo também retira direito dos servidores federais, congelando seus salários até dezembro de 2021. Por outro lado, esse mesmo Governo beneficiou o sistema financeiro com a liberação de R$ 1,2 trilhão aos bancos. 

Bolsonaro não quer pagar o auxílio emergencial e decidiu congelar os salários dos servidores, junto com seus aliados no Congresso, porque visa o Estado para poucos e defende que a população volte a trabalhar em plena pandemia por questões meramente econômicas, em uma irresponsabilidade tremenda com a vida dos brasileiros. 

Bolsonado em Haia

O Tribunal Penal Internacional de Haia começou a analisar uma denúncia apresentada contra o presidente por causa da condução da crise do coronavírus no Brasil, detalhada a partir de uma representação do PDT na Corte. De acordo com a denúncia, Bolsonaro tem contrariado e atrapalhado recomendações globais para reduzir a velocidade de contágio entre os brasileiros, o que teria trazido o Brasil para a situação de mais de 37 mil mortos e 700 mil casos confirmados da doença, na época da denúncia. Na semana passada já eram 805.649 casos confirmados e 41.058 mortes. 

Mas os números oficiais estão longe da realidade. O Brasil faz tão poucos testes RT-PCR, considerados os ideais para diagnosticar a Covid-19, que o número de casos confirmados muitas vezes é secundário para cientistas que analisam a evolução da pandemia no país. Segundo o professor do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), Daniel Lahr, na melhor das hipóteses, o número de testes é 20 vezes menos do que é considerado adequado. É tão pouco que os dados oficiais estão sendo ignorados.

À própria sorte

Mas, pelos cálculos que Bolsonaro propaga, 70% da população brasileira teria que  ser contaminada para o coronavírus ir embora. Como somos 209,5 milhões de habitantes, 70% seria equivalente a 146.65 milhões de brasileiros. 

O presidente também defende o uso da cloroquina e chegou a afastar dois ministros da Saúde que discordavam dele. O atual ministro, o militar  Eduardo Pazuello, publicou um protocolo que libera o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina até para casos leves de Covid-19. Mas um estudo publicado pela revista médica The Lancet, a de mais prestígio no mundo, a partir de testes em 96 mil pacientes, aponta que o remédio mata, aumentando o risco de complicações cardíacas, e não ataca a Covid-19. O próprio protocolo do governo ressaltou que "não existe garantia de resultados positivos" que "não há estudos demonstrando benefícios clínicos". O documento afirma ainda que a cloroquina pode causar efeitos colaterais que podem levar ao "óbito". 

“Ou seja, enquanto deixa a população a mercê dessa pandemia, Bolsonaro aposta na morte”, destacou o coordenador geral do Sindsep-PE, José Carlos de Oliveira. 

O Ministério da Saúde também cancelou a compra de 15 mil respiradores produzidos na China. Equipamentos que estão sendo vendidos para centenas de países em todo o mundo. Segundo o governo Bolsonaro, as empresas brasileiras atenderiam as necessidades do SUS com respiradores mecânicos. O que é uma grande mentira porque milhares de brasileiros estão morrendo nas filas da UTI por falta de respiradores. 
 

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