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Argentina: mulheres realizam paralisação nacional contra feminicídio


Manifestação ocorre após assassinato brutal de jovem de 16 anos no país; apenas neste mês, Argentina registrou 19 feminicídios

Publicado: 20/10/2016

Do Opera Mundi

Milhares de mulheres na Argentina realizaram, nessa quarta-feira (19/10), uma paralisação nacional contra o machismo e o feminicídio no país, após a morte brutal da jovem de 16 anos Lucía Perez, em Mar del Plata.
Vestidas de preto e com os motes “Nós paramos”, “Nenhuma a menos”, “Vivas nos Queremos” e “Justiça por Lucía”, mulheres pararam de trabalhar das 13h às 14h, no horário local, e fizeram uma espécie de panelaço em protesto. Às 17h, elas voltarão a se reunir para dar continuidade às manifestações.

“A paralisação de mulheres surge após 31 anos de encontros de mulheres, onde debatemos, trocamos ideias, instalamos uma agenda e elevamos demandas concretas a uma problemática urgente. É verdade que mortes recentes como a de Lucía e a da jovem que foi encontrada numa caixa de papelão em Córdoba puseram uma data concreta [para a paralisação], mas há muito mais pelo que marchar”, disse ao Ámbito.com Florencia Alcaraz, integrante do coletivo argentino Ni Una Menos.

O grupo é um dos vários que organizou a paralisação dessa quarta, inclusive emitindo um comunicado aconselhando como deviam proceder os homens durante o protesto: se colocando à disposição para que as mulheres pudessem participar do evento, gerar espaços de problematização do próprio machismo e assumir um lugar secundário e periférico na manifestação pública contra o machismo.

“A violência machista é um problema social que temos que enfrentar entre todxs (sic), mas [a participação dos homens], que pretende substituir as vozes das companheiras, disputar o protagonismo, invadir espaços de encontro entre elas aos que [homens] não são convidados, são também manifestações — ainda que mais sutis — de violência machista”, afirmou o Ni Una Menos em nota.

Estatísticas do governo argentino mostram que, desde 2008, a violência contra a mulher aumentou em 78%. O Registro Argentino de Feminicídios estima que duas a cada dez mulheres assassinadas no país tenham feito queixas prévias sobre violência.

Apenas em outubro deste ano — 19 dias —, o país registrou 19 feminicídios.

Lucía Perez

No dia 15 de outubro, a jovem de 16 anos Lucía Perez foi drogada, estuprada e morta por empalamento na cidade de Mar del Plata, na Argentina. Seus assassinos ainda lavaram seu corpo e a levaram para o hospital na tentativa de apagar os resquícios da violência e evitar, sem sucesso, uma prisão.

Até o momento, dois homens foram presos, mas, após realizar um exame de DNA no corpo da vítima, as autoridades disseram que há uma terceira pessoa envolvida.

O assassinato aconteceu apenas uma semana depois de uma marcha de mulheres na cidade de Rosário.

Nesta quarta, a mãe de Perez pediu que as argentinas participem das manifestações no país “para pedir justiça e para que não haja mais Lucías”.

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