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Alta de combustíveis e alimentos contrasta com congelamento salarial


Bolsonaro fecha os olhos ao aumento dos preços dos combustíveis, alimentos e tarifas públicas, mas se nega a conceder reposição salarial para os servidores

Publicado: 11/03/2022


Mais um aumento abusivo dos preços dos combustíveis e gás de cozinha, anunciado pela Petrobras nessa quinta-feira (10) e liberado por Bolsonaro, volta a castigar toda a população brasileira. O reajuste foi de 18,77% para a gasolina, de 24,9% para o diesel e de 16% para o gás de cozinha. 

Os reajustes consecutivos vêm ocorrendo no Brasil porque o governo Michel Temer adotou e Bolsonaro manteve uma política de dolarização dos preços dos combustíveis. E, apesar de afetar toda a população brasileira, essa política continua sendo mantida por causa da privatização das distribuidoras de combustíveis da Petrobras. As privatizações permitem que 400 empresas importem combustível dos Estados Unidos da América (EUA), pagando em dólar e distribua o produto para os postos brasileiros, quando o país é autossuficiente em petróleo.

Esse é o preço do golpe de 2016. Agora, cinicamente, Bolsonaro afirma que não pode controlar os preços da Petrobras. Mas esses preços foram controlados durante os governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. “Se Bolsonaro não pode controlar, o que ele está fazendo na Presidência? O governo também alega que o problema é a guerra da Ucrânia. Mas a culpa de todos os aumentos dos combustíveis, nos últimos três anos, é de quem? O pior de tudo é que esses aumentos consecutivos influenciam a subida de preço dos alimentos, das tarifas públicas e de todos os produtos comercializados no país”, comentou o secretário-geral do Sindsep-PE, José Felipe Pereira.     

Não é à toa que a inflação oficial no Brasil, medida pelo IPCA, subiu 0,54% em fevereiro de 2022 na comparação com janeiro, sendo essa a maior variação para um mês de fevereiro desde 2015. Os dados são do IBGE e foram divulgados na última sexta-feira (11). Na comparação anual, a alta foi de 10,54%.

E os preços dos alimentos continuam subindo. O Dieese divulgou na última quarta-feira (09), os dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos para o mês de fevereiro. A pesquisa constatou que o valor dos alimentos básicos aumentou nas 17 capitais onde o levantamento é realizado. A comparação do valor da cesta em 12 meses, ou seja, entre fevereiro de 2022 e fevereiro de 2021, mostrou que todas as capitais tiveram alta de preços, com variações que oscilaram entre 10,00%, em Porto Alegre, e 23,00%, em Campo Grande. 

Salário mínimo

Com base no aumento dos alimentos e levando em consideração a Constituição Federal que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. 

Em fevereiro de 2022, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 6.012,18, ou 4,96 vezes o mínimo de R$ 1.212,00. Importante lembrarmos que a subida do mínimo, desde o golpe que retirou Dilma Rousseff da Presidência, deixou de se sobrepor a inflação. 

Campanha salarial

Enquanto os preços de todos os produtos aumentam, os servidores sofrem com uma defasagem salarial, acumulando perdas de até 30%. São cinco anos sem reposição inflacionária para a grande maioria dos trabalhadores. Mas a categoria está mobilizada por apenas 19,99% de recomposição, correspondente à inflação de três anos do governo Bolsonaro. No entanto, o governo Bolsonaro não quer sentar para negociar.

Diante do desprezo com quem vem tratando os servidores, a categoria decidiu se mobilizar para uma greve geral. O Dia Nacional de Mobilização, Paralisação e Greve dos Servidores Públicos Federais acontecerá no 16 de março. Serão realizadas manifestações nas ruas e locais de trabalho das capitais e cidades do interior de todos os estados brasileiros, além de um grande ato em Brasília e mobilização nas redes sociais.

No dia 16 será dado um ultimato ao governo Bolsonaro. A partir desta data, o governo terá sete dias para atender às reivindicações dos servidores. Caso não haja negociação e fechamento de um acordo até o dia 23 de março, deverá ter início uma greve geral por tempo indeterminado.
 

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