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A crise política é o maior problema do Brasil


Além do Congresso, a crise política sofre influências dos grandes meios de comunicação brasileiros, além de uma parcela do Poder Judiciário e da Polícia Federal, todos alinhados ou integrantes da elite nacional e dos partidos de direita

Publicado: 23/12/2015

Da Ascom Sindsep-PE 

Apesar das dificuldades na economia brasileira, com reflexos na vida cotidiana da população, a crise política é, de longe, o maior problema enfrentado pelo Brasil na atualidade. No modelo institucional nacional, o Poder Executivo só governa com a parceria do Legislativo. Como temos o Congresso Nacional mais reacionário desde 1964, que faz uma oposição cega ao Governo, sem nenhuma preocupação com os reflexos de suas decisões junto à população, a governabilidade está sendo travada e ameaçada constantemente. Com isso, a democracia nacional também vem sido atacada.

No Congresso, a Câmara dos Deputados tem sido a pedra no sapato da presidente Dilma Rousseff e, por consequência, do povo brasileiro. Além de aprovar projetos que não têm o apoio do Governo, como o financiamento privado de campanha, a ampliação da terceirização para todos os setores e a redução da maioridade penal, os deputados federais de oposição têm recorrido ao Tribunal de Contas da União (TCU) e ao Poder Judiciário para buscar o impeachment da presidenta.

No início do mês, eles chegaram a instalar um processo de impeachment dentro da Câmara dos Deputados, com base em argumentos falhos que não têm nenhuma prova contra a presidente Dilma. O processo só foi aberto pelo presidente da Casa, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), depois que deputados do Partido dos Trabalhadores (PT) votaram pela continuidade das investigações contra o próprio Cunha pelo Conselho de Ética da Casa. Na verdade, o processo foi aberto no mesmo dia do voto dos deputados petistas. Em uma verdadeira demonstração de que Cunha tentou chantagear o Governo.    

“A maior parte das crises decorre de uma espécie de luta pelo espólio do poder. Os tucanos, que são a principal força de oposição, insistem em desgastar o governo. É apenas isso”, destacou o sociólogo Francisco de Oliveira. 

A ideia é enfraquecer o Partido dos Trabalhadores e seu candidato a Presidência da República nas eleições de 2018 ou, simplesmente, adiantar o processo eleitoral e tomar o poder por um golpe com a ajuda dos grandes meios de comunicação e de parcela do Poder Judiciário e da Polícia Federal.

Além do Congresso, a crise política sofre influências dos grandes meios de comunicação brasileiros, além de uma parcela do Poder Judiciário e da Polícia Federal, todos alinhados ou integrantes da elite nacional e dos partidos de direita.   

Os grandes meios de comunicação – os mesmos que apoiaram a ditadura e todos os candidatos de direita nas últimas eleições - alimentam a crise com matérias diárias contra o Governo e denúncias seletivas apenas contra políticos do PT e aliados. Para isso recebem o apoio de informantes da Polícia Federal envolvidos nas operações Lava Jato e Zelotes. “Os grandes meios de comunicação são sempre de direita”, comentou Francisco de Oliveira.

Como boa parte dos brasileiros assimila o discurso da mídia, o ódio e a rejeição ao PT vem crescendo junto com uma crise ética sem precedentes. Além disso, a classe média brasileira nunca foi muito progressista.    

Segundo o professor e cientista político Michel Zaidan, uma grande parcela da  classe média brasileira é retrógrada, sempre apoiou políticos conservadores e se configura como massa de manobra das elites e ponta de lança do processo reacionário. Na sua opinião, toda vez que essa parcela da classe média se dá conta de que seu status está sendo ameaçado pelas classes inferiores, entra em combustão e se mobiliza para recolocar os partidos de direita no poder. Partidos que defendem os interesses da elite. 

“É uma nostalgia do regime de privilégios que esses setores defendem com unhas e dentes contra a socialização dos bens culturais e de consumo. Um anseio de se diferenciar dos outros e se aproximar dos andares de cima, como se a elite quisesse se misturar com eles. Mas a elite é apátrida. Tem interesse apenas por lucro”, afirmou.

Quanto ao Judiciário, a imparcialidade política dos juízes tem sido determinante contra o Governo. Figuras como o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, ficaram célebres por causa de suas constantes declarações contra políticos petistas. Importante destacar que os ministros do STF são indicados pelos presidentes. Gilmar, por exemplo, foi indicação de Fernando Henrique Cardoso. 

Diante da situação frágil pela qual passa o Governo Federal, os deputados federais e senadores têm aproveitado para fazer chantagens e adquirir benesses como indicações de cargos para aliados.

“É um regime onde um presidente tem que realizar acordos com um legislativo formado por dezenas de partidos, em sua maioria clientelista. Ninguém governa sem o apoio do Congresso e essa turma tem interesses fisiológicos. Não há nenhum sentido republicano. É um verdadeiro toma lá, dá cá”, disse o professor e cientista político Michel Zaidan.

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