SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS NO ESTADO DE PERNAMBUCO

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Tudo como antigamente


Publicado: 29/02/2016

Por Délio Mendes

Já não se faz como antigamente “Senhor de Massangano abra uma passagem da sua propriedade até o engenho Nossa Senhora de Fátima para melhorar o escoamento da produção do açúcar nessa área”. Esta era apenas uma das formas de fazer parceria para o desenvolvimento no mundo colonial. Pública e Privada, e, sobretudo privada, pois o construtor agiria como dono da estrada, cobrando pedágio e exigindo outros ganhos para quem desfrutava da sua estada. Melhor dizendo, como se fez e sempre se faz, todo tempo o tempo todo, o privado leva todos os ganhos e os pobres e assemelhados sempre perdem os anéis e os dedos.

Portanto, as parcerias sempre povoaram a história brasileira, dentro da respectiva exploração do trabalho pelo capital. Embora não se possa falar ao pé da letra de capital e trabalho. Todavia, estamos de fato diante de uma forma de exploração comum na história da construção da sociedade e da economia brasileiras. Entretanto, se isto foi no passado, não se pode dizer da existência de novidades "novas" nesta nova passagem do desenvolvimento, as parcerias continuam caminhando no sentido da melhoria gradual dos ganhos do capital e na decisiva exploração dos trabalhadores. Vejamos Suape, o privado entrava com a cara, o público (o Estado) com os incentivos fiscais etc, e os trabalhadores levam agora o desemprego e as inquietudes de como conseguir novas condições para dar conta do sustento de sua família. Assim sendo, estas PARCERIAS, valem, e valem sempre para aumentar a pressão do capital sobre o trabalho, que, em ultima instância é quem paga com o custo do seu trabalho excedente o custo da riqueza gerada.

Sim, não se faz mais como antigamente, pois é muito maior a exploração e apaga-se o sonho da sociedade como modo de produção diferente no sentido de evitar o aprofundamento da exploração e da expropriação. Todavia, não se pode deixar de lembrar “as cabeças da morte do socialismo (do comunismo etc)” morto em parto prematuro, sem nunca ter nascido e portanto, sem criar formas novas de convivência humana.

Por isso existe a necessidade de criar-se um metabolismo socialista, onde o aparato sistemático do capitalismo seja ultrapassado e onde uma dinâmica humana substitua as relações de compra e venda de mercadorias. O que no Leste europeu e adjacências e na Cuba atual, onde a não existência do homem socialista, aponta para as dificuldades de construção da sociedade do futuro promissor. O homem e a mulher socialistas, um novo tipo que há de pensar sempre no bem-estar social de todos e não na exploração do homem pelo homem. As parcerias, as que dão certo hoje, dizem respeito às multinacionais com o Estado capitalista. Este garantindo a reprodução ampliada do capital. Tudo como antigamente.

Parcerias Público-Privadas apontam na direção de novas formas de garantir a expropriação do trabalho pelo capital passando por fora dos custos sociais ainda existentes. Definitivamente estas formas ideológicas, ainda válidas nos dias atuais, em que o cinismo dos que estão no poder é frequentemente tão direto e aberto que não parece ser necessária uma crítica. Abre-se, todavia, o caminho às novas compreensões. Dentro dessas novas compreensões, a criação da nova materialidade das relações sociais deve sistematizar um conjunto de relações não permeadas pela troca mercantil, e sim pelo carinho amorento.



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