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Impunidade da ditadura militar gerou tragédias


Publicado: 16/09/2015

Por Mário Augusto Jakobskind

Depois de 35 anos os brasileiros receberam a informação oficial, através da Comissão da Verdade-RJ, sobre o crime bárbaro ocorrido em 27 de agosto de 1980. Magno Cantarino Motta, ex-sargento do famigerado DOI (Departamento de Operações e Informações) do I Exército, entregou na Ordem dos Advogados do Brasil-RJ uma carta bomba. Ela explodiu e matou Lyda Monteiro, secretária do presidente da entidade, Seabra Fagundes, a quem o artefato era dirigido.

A impunidade do crime resultou em outro atentado, no ano seguinte, destinado a provocar uma tragédia de graves proporções durante um show musical no Riocentro comemorativo ao Dia do Trabalhador, 1º de maio de 1981.

Motta, também conhecido pelo codinome Guarany, aparece numa foto referente ao ato terrorista no Riocentro, cuja bomba explodiu e matou o também agente da ditadura, sargento Guilherme Pereira do Rosário, evitando assim a tragédia.

Se os planos dos terroristas dos subterrâneos da repressão dessem certo, a culpa seria atribuída a grupos de esquerda e resultaria em maior endurecimento do regime.

Os sargentos obedeciam a ordens do superior hierárquico, Coronel Freddie Perdigão Pereira, que morreu há 20 anos sem responder na Justiça pelos atentados e assassinatos de opositores do regime empresarial militar.

É lamentável que depois de três décadas os responsáveis pela barbárie mencionada e por outros assassinatos não tenham sido julgados por estar em vigor a Lei da Anistia, que ignora o fato de que crimes dessa natureza são imprescritíveis.   

*Mário Augusto Jakobskind é jornalista e do Conselho Editorial do Brasil de Fato RJ



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