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Livrar Temer é parte de um grande acordo, como o proposto por Romero Jucá


Por 263 votos contra, 227 a favor e duas abstenções, nessa última quarta, 2 de agosto, os deputados protegeram Michel Temer e não permitiram que o STF o investigasse por crime de corrupção passiva

Publicado: 03/08/2017
Escrito por: Ascom Sindsep

Primeiro tira a Dilma, Michel Temer entra, forma um governo de união, faz um grande acordo e protege todo mundo. Essa foi a proposta de pacto nacional sugerida pelo então ministro do Planejamento, o senador na época licenciado, Romero Jucá, em conversa com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. A ligação telefônica foi interceptada em março do ano passado no âmbito das investigações da Operação Lava Jato. Apesar da prova cabal contra o parlamentar, nada pesou para ele. Perdeu o Ministério, mas continua no Congresso. Foi relator e ajudou a aprovar a reforma trabalhista, que tirou uma série de direitos dos trabalhadores. 

Essa reforma é um dos capítulos do pacto nacional escancarado por Jucá. Dentro desse grande acordo, por 263 votos contra, 227 a favor e duas abstenções, nessa última quarta, 2 de agosto, os deputados protegeram Michel Temer e não permitiram que o Supremo Tribunal Federal (STF) o investigasse por crime de corrupção passiva. 

A denúncia veio do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, baseada na delação premiada do empresário Joesley Batista, do grupo J&F, que controla o frigorífico JBS. O presidente teria recebido R$ 500 mil do empresário por meio do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, então assessor especial de Temer. Rocha Loures cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica. 

NOVAS DENÚNCIAS
Como o Congresso não permitiu as investigações contra Michel Temer, a equipe de Rodrigo Janot parece estar disposta a quebrar essa pacto nacional. O Ministério Público está juntando provas e deve realizar mais duas denúncias. O presidente da República deve ser acusado de obstrução da Justiça no caso JBS e apontado também como líder de organização criminosa.

Para conseguir maioria na Câmara, o presidente da República distribuiu uma espécie de “mensalão” por meio de emendas parlamentares. Segundo o Valor Econômico, a vitória de Temer custou R$ 13,2 bilhões. É mais do que os R$ 10 bilhões que o governo espera arrecadar com o aumento dos impostos sobre os combustíveis e agravam ainda mais o rombo no orçamento, que já ultrapassa os R$ 139 bilhões. 

Para cobrir esse rombo é possível que o governo anuncie o aumento de outros impostos, acelere a aprovação da reforma da Previdência e corte mais investimentos no setor público. O Ministério do Planejamento já falou em suspender os benefícios dos servidores federais, como o auxílio alimentação. O arrocho deve sobrar também para os hospitais universitários, que podem ter as verbas ainda menores.

“Parece de fato um grande acordo para proteger políticos corruptos, mas o povo deve ir às ruas, lutar para que Temer seja investigado e punido. A votação da Câmara foi um desrespeito a vontade do povo, mas eu ainda acredito nas ruas, no poder de mobilização do povo brasileiro”, disparou a coordenadora geral do Sindsep-PE, Graça Oliveira.

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