Empregados da Ebserh Recife apontam indicativo de greve para setembro

Em assembleia realizada pelo Sindsep-PE nesta terça-feira, dia 22 de agosto, os empregados da Ebserh aprovaram um indicativo de paralisação para setembro, proposta que será apresentada na Plenária Nacional do setor, que acontece no próximo dia 4, em Brasília. A ideia de cruzar os braços é uma resposta à direção da Ebserh, que não avança nas negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2017/2018 dos trabalhadores da empresa.

No dia 18 de agosto, em mais uma rodada de negociação, a direção da Ebserh reafirmou a decisão de não conceder reajuste nos salários nem nos benefícios. Também se negou a discutir as cláusulas sociais, mesmo as que não têm impacto financeiro. A direção da Ebserh foi mais além e sinalizaram a possibilidade de corte nos benefícios, alegando que a proposta parte da Secretaria Coordenação e Governança das Empresas Estatais, ligada ao Ministério do Planejamento.

Desde fevereiro, a Condsef/Fenadsef entrou com um pedido de conciliação no Superior Tribunal do Trabalho (TST), mas, até agora, não obteve resposta. Diante do impasse nas negociações, os funcionários já cogitam a possibilidade de um dissídio, mas a Ebserh não quer. Para que o dissídio aconteça, as duas partes precisam concordar ou então se for a alternativa para uma greve prolongada.

A avaliação que a Condsef/Fernadsef faz é que a Ebserh quer ganhar tempo para que a reforma trabalhista entre vem vigor, em novembro, para, então, revogar os direitos acordados no ACT atual e não fechar o ACT 2017/2018. A ideia da paralisação é que aconteça ainda em setembro, antes da reforma trabalhista passar a valer.

Além de discutir o atual estágio das negociações, na assembleia, os trabalhadores ratificaram os nomes das duas representantes do setor e de mais um membro para participar da Plenária Nacional do dia 4 de setembro. Ao final, foram eleitos dois delegados para uma assembleia que vai acontecer nesta sexta, dia 25, no Rio Grande do Norte, para criação de uma federação específica dos trabalhadores da Ebserh. A ideia de criar uma entidade específica vai de encontro aos princípios cutistas, que defendem a unicidade dos trabalhadores e não a divisão, como propõe os grupos que querem criar a federação.